Especialistas defendem ajuste fiscal como saída para retomar crescimento econômico
A crise financeira foi tema de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos nesta quarta-feira (20). Durante o debate, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, destacou que o cenário atual é preocupante e pediu o ajuste fiscal. Ele apontou que a aprovação da reforma da Previdência é necessária para que o teto de gastos aprovado recentemente pelo Congresso tenha os resultados esperados. Para o economista Nelson Teixeira, é preciso ir além da reforma previdenciária e promover outros ajustes. O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) defendeu um aprofundamento maior das motivações da crise. E o senador Armando Monteiro (PTB-PE), autor do pedido para a audiência pública, afirmou que o quadro brasileiro é extremamente preocupante e que a economia não deve se recuperar rapidamente.
Transcrição
LOC: CRISE FINANCEIRA É TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS.
LOC: OS ESPECIALISTAS DEFENDERAM AJUSTES FISCAIS PARA A RETOMADA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO DO PAÍS. REPÓRTER GUSTAVO AZEVEDO.
TÉC: Desde que a crise econômica começou a afetar o Brasil, em 2015, o governo tem tomado diversas atitudes com o objetivo de recuperar o crescimento. Entre as ações estão: a edição de medidas provisórias, apresentação de reformas, cortes no orçamento, além de mudanças na meta fiscal. Em audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos, o secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda Mansueto de Almeida destacou que o cenário atual é preocupante e pediu o ajuste fiscal. Ele apontou, ainda, que é necessária a aprovação da Reforma da Previdência para que o teto de gastos aprovado recentemente pelo Congresso tenha os resultados esperados.
(Mansueto) O Brasil está em uma sucessão de déficit primário que não acontece no país desde a Constituição. E esse ajuste fiscal que o governo se propõe é um ajuste fiscal muito gradual. Sem reforma da Previdência, a PEC do Teto não se sustenta.
(REP) O senador Garibaldi Alves Filho, do PMDB do Rio Grande do Norte, defendeu um aprofundamento maior das motivações da crise.
(Garibaldi) Há muito pessimismo, que não podemos deixar de reconhecer, mas também há quem não queira se aprofundar na análise da grave crise fiscal enfrentada pelo país.
(REP) Taxa de investimento menor, desemprego maior e crescimento do PIB reduzido são apontadas como as principais consequências da recessão fiscal, segundo o economista Nelson Teixeira. Para ele, não basta apenas aprovar a reforma previdenciária. Será necessário promover, ainda, ajustes importantes nos cofres públicos.
(Nelson) Se não houver ajustes expressivos, não apenas o crescimento potencial não aumenta como muito provavelmente nós veremos um crescimento da atividade econômica menor.
(REP) Autor do pedido para o debate, o senador Armando Monteiro, do PTB pernambucano, acredita que a recuperação da economia não ocorra tão rapidamente.
(Armando) O quadro fiscal brasileiro é um quadro extremamente preocupante.
(REP) A Reforma da Previdência, considerada essencial pelo Governo, está na Câmara dos Deputados e não há data para votação. Da Rádio Senado, Gustavo Azevedo.