Índios de tribos da região Sul do país denunciam irregularidades e assédio sexual em Secretaria Especial de Saúde — Rádio Senado
Direitos Humanos

Índios de tribos da região Sul do país denunciam irregularidades e assédio sexual em Secretaria Especial de Saúde

Índios das tribos Caingangue, Guarani e Xokleng de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estiveram na terça-feira (4) no Senado para pedir a saída dos coordenadores de saúde indígena da região. Segundo eles, existem vários casos de assédio moral e sexual contra profissionais de saúde indígena, além do mau uso dos recursos e mau atendimento aos índios.  A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) recebeu as denúncias. A Procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB–AM), afirmou que a Casa vai acompanhar o andamento das medidas que serão tomadas pelo poder público para solucionar o caso.

04/07/2017, 22h19 - ATUALIZADO EM 05/07/2017, 11h54
Duração de áudio: 02:03
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza apreciação das emendas ao PLN 1/2017 (LDO 2018). Na sequência, deliberativa com 19 itens, entre eles, o PLS 650/2011, que propõe demandas de acessibilidade no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida. 

Indígenas protestam pedindo afastamento de servidores por assédio moral e sexual e má gestão de recursos, que estariam ocorrendo no Distrito da Região Sul. 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: ÍNDIOS DAS TRIBOS CAINGANGUE, GUARANI E XOKLENG DE SANTA CATARINA E DO RIO GRANDE DO SUL ESTIVERAM NESTA TERÇA-FEIRA NO SENADO PARA PEDIR A SAÍDA DOS COORDENADORES DE SAÚDE INDÍGENA DA REGIÃO. LOC: SEGUNDO ELES, EXISTEM VÁRIOS CASOS DE ASSÉDIO MORAL E SEXUAL CONTRA PROFISSIONAIS DE SAÚDE INDÍGENA, ALÉM DO MAU USO DOS RECURSOS E MAU ATENDIMENTO AOS ÍNDIOS. A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS RECEBEU AS DENÚNCIAS. DETALHES COM A REPORTER PAULA GROBA. TÉC: Representantes das tribos indígenas Caingangue, Guarani, Xokleng de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul apresentaram à comissão de Direitos Humanos várias denúncias de assédio moral e sexual e má gestão de recursos na saúde indígena da região. Segundo a advogada Fernanda Caingangue, são diversas as violações sofridas pelos indígenas: (FERNANDA) Nós viemos a esta Casa pedir a apuração dessas irregularidades. Pedir o afastamento imediato dos assediadores. Nós não queremos mais ser reféns de pessoas cujo currículo é duvidoso, cuja formação não é adequada, e que estão promovendo violação sistemática dos nossos direitos humanos. (Paula) Ângela Caingangue, representante dos índios, disse que boletins de ocorrência já foram registrados contra os casos de assédio, mas nada foi feito. E pediu a saída do Coordenador Distrital da Secretaria Especial de Saúde Indígena da região, Gaspar Luís Pascoal. Para a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, as denúncias são graves e devem ser apuradas e acompanhadas pelas autoridades. (GLEISI) Como é que a autoridade pública, que é responsável por um programa público, por dar condições dignas de saúde, de respeito é a autoridade que pratica assédio? Isso é muito grave. Principalmente a população indígena que precisa da proteção do estado. (Paula) Já a Procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, afirmou que a Casa vai acompanhar o andamento das medidas que serão tomadas pelo poder público para solucionar o caso. (VANESSA) Para que não permita a continuidade num cargo de poder uma pessoa que está lá para proteger, mas pelo contrário, vem cometendo crime contra os mais suscetíveis que são as mulheres e as crianças. Então agora nós temos que acompanhar e exigir que a punição seja feita e o afastamento seja imediato. (Paula) Segundo relatos dos indígenas, por conta da situação, vários índios ocuparam as sedes dos Distritos Sanitários Indígenas em Florianópolis, Passo Fundo e Porto Alegre. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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