ONU chama atenção para a maior taxa de refugiados registrada desde 1945 — Rádio Senado
Refugiados

ONU chama atenção para a maior taxa de refugiados registrada desde 1945

O dia 20 de junho é o Dia Internacional do Refugiado e, neste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) chama a atenção do mundo para a maior taxa de deslocamentos forçados registrada desde 1945. Mais de 65 milhões de pessoas foram obrigadas a sair de suas casas por causa de guerras, fome e da violência.

A nova Lei de Migração brasileira garante direitos aos refugiados e os protege contra a discriminação.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), Regina Sousa (PT-PI), considera a legislação avançada e espera que ela sirva de exemplo para outros países.

19/06/2017, 13h44 - ATUALIZADO EM 19/06/2017, 18h49
Duração de áudio: 03:01
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Transcrição
LOC: 20 DE JUNHO É O DIA INTERNACIONAL DO REFUGIADO E, NESTE ANO, AS NAÇÕES UNIDAS CHAMAM A ATENÇÃO DO MUNDO PARA A MAIOR TAXA DE DESLOCAMENTOS FORÇADOS REGISTRADA DESDE 1945. LOC: MAIS DE 65 MILHÕES DE PESSOAS FORAM OBRIGADAS A SAIR DE SUAS CASAS POR CAUSA DE GUERRAS, FOME E DA VIOLÊNCIA. REPÓRTER MARCELA DINIZ: (Repórter) Ex-moradora de Damasco, capital da Síria, Nana Jabbour, de 16 anos, veio para o Brasil há três anos, com os pais e duas irmãs, uma de 15 e outra de 5 anos, para escapar da guerra: (Nana Jabbour) Por conta da guerra que está acontecendo na Síria, aí, meu pai e minha mãe resolveram sair de lá e o único país que aceitava era o Brasil. Você deixar tudo na Síria e vir para cá, deixar família e os amigos e mudar a vida completamente. O povo brasileiro gosta de ajudar os estrangeiros, então, está ficando mais tranqüilo ainda. (Repórter) Além da guerra, outra causa de deslocamento forçado de famílias é a violência de gangues, guerrilhas e do narcotráfico. O colombiano Arvey Mina veio para o Brasil com a esposa, Matilde, e o filho Luís, de 9 anos, para fugir da insegurança em Cali, que figura entre as 50 cidades mais perigosas do mundo: (Arvey Mina) Eu tenho, aqui en Brasil, 3 años e medio. A gente tem que deixar las coisas, às vezes, para proteger a vida, a integridade. Foi uma adaptação brusca, pero já me fui acostumando e hay personas muito boas aqui em Brasil. (Repórter) Assim como o colombiano Arvey e a síria Nana Jabbour, outros 65 milhões foram obrigados a deixar suas casas até o fim de 2016, de acordo com relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ACNUR. Deste total, mais de 10 milhões fugiram dos conflitos na Síria, no Afeganistão, no Sudão do Sul e na Somália. É o maior fluxo migratório desde a fundação da ONU, em 1945, no pós-Segunda Guerra. O levantamento mostra que 84% dos refugiados foram acolhidos por países de baixa e média renda e que, somente no ano passado, foram 75 mil pedidos de refúgio para crianças que viajaram sozinhas. De acordo com o porta-voz da ACNUR no Brasil, Luís Fernando Godinho, crianças e adolescentes são maioria entre os refugiados: (Luís Fernando Godinho) Crianças e jovens até 18 anos representam pouco mais de metade dos refugiados em todo o mundo. Muitas vezes, nos conflitos, são separadas de suas famílias ou, infelizmente, perdem seus pais e precisam enfrentar essa situação totalmente sozinhas. (Repórter) A nova Lei de Migração brasileira garante direitos aos refugiados e os protege contra a discriminação. A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Regina Sousa, do PT do Piauí, considera a legislação avançada e espera que ela sirva de exemplo para outros países: (Regina Sousa) O Brasil, felizmente, deu esse passo e a gente espera, realmente, que outros países também o façam. Tem países que recebem bem, a Alemanha, também, recebe bem os refugiados, porque eles não têm culpa. Eles são vítimas e só querem sobreviver e buscam, em algum lugar, então, têm que ser acolhidos, sim. (Repórter) A nova Lei de Migração entrará em vigor no mês de novembro.

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