Oposição pede renúncia de Temer por avalizar compra de silêncio de Eduardo Cunha
Transcrição
LOC: LÍDER DO GOVERNO DEFENDE CAUTELA EM RELAÇÃO ÀS DENÚNCIAS CONTRA MICHEL TEMER AO AFIRMAR QUE HÁ APENAS MENÇÃO SOBRE UMA SUPOSTA GRAVAÇÃO CONTRA O PRESIDENTE.
LOC: AO PEDIR A RENÚNCIA E ELEIÇÕES DIRETAS, A OPOSIÇÃO DISSE QUE VAI AGIR POLITICAMENTE E JUDICIALMENTE CONTRA O PEEMEDEBISTA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
TÉC: O senador Lindbergh Farias do PT do Rio de Janeiro leu em Plenário uma notícia sobre a suposta existência de uma gravação em que o presidente Michel Temer teria avalizado a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato. Após reunião, a oposição pediu a renúncia do peemedebista por considerar a situação dele insustentável no Palácio do Planalto. A líder do PT, senadora Gleisi Hoffmann do Paraná, cobrou intervenção do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público ao citar que o ex-senador Delcídio do Amaral foi preso por tentativa de obstrução de Justiça.
(Gleisi) O que estamos vendo aí é uma claramente uma obstrução da Justiça depois da Operação Lava Jato em andamento e todas as denúncias feitas. Quer dizer, não tem como aceitar a continuidade dele diante desses fatos. Então, o que que nós estamos vendo de imediato? Que ele tem que renunciar ao mandato e que o Brasil precisa de uma convocação de eleições diretas.
REP: O líder do governo, senador Romero Jucá do PMDB de Roraima, defendeu cautela ao afirmar que a denúncia está baseada numa gravação que ainda não foi confirmada.
(Jucá) Considero que é uma denúncia de tantas que estão sendo publicadas, de delações, as dezenas que estão sendo publicadas algumas delas, a maioria das delações, o PT está descredenciando essas delações. É como foi dito no Plenário há pouco. Se há uma delação que envolve o governo ela é válida. Se é uma delação que envolve o PT, ela não é vale o processo é seletivo? Considero que tudo deve ser investigado.
REP: A líder do PC do B, senadora Vanessa Grazziotin do Amazonas, considera que as denúncias impedem a continuidade da votação das Reformas Trabalhista e da Previdência. (Vanessa) Diante da gravidade dos fatos, nós entendemos que é impossível continuar com a pauta. Por que é uma pauta que mexe estruturalmente com o País e que não há mais legitimidade nesse governo. É muito grave o caso que envolve o Presidente da República. É óbvio nós precisamos ter mais conhecimento dos fatos. Mas aqueles que foram divulgados até agora são gravíssimos.
REP: Mas o líder do governo declarou que as Reformas não serão atingidas por esse episódio.
(Jucá) As Reformas serão votadas porque é uma prioridade do país. A questão é focar na recuperação do Brasil. A Reforma Trabalhista está caminhando bem aqui no Senado. E a Reforma da Previdência está evoluindo também na Câmara dos Deputados. Portanto, o cronograma das reformas continua e essa questão política vai se discutir.
REP: Por meio de nota, o presidente Michel Temer negou qualquer pedido de pagamento para o ex-deputado Cunha. Ele defendeu a investigação de todas as denúncias. Da Rádio Senado, Hérica Christian.