Afastamento de Dilma Rousseff da Presidência completa 1 ano — Rádio Senado
Impeachment

Afastamento de Dilma Rousseff da Presidência completa 1 ano

11/05/2017, 20h24 - ATUALIZADO EM 11/05/2017, 20h25
Duração de áudio: 03:25
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

Transcrição
LOC: AFASTAMENTO DE DILMA ROUSSEFF DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, QUE RESULTOU NO PROCESSO DE IMPEACHMENT MESES DEPOIS, COMPLETA UM ANO EM MAIO. LOC: PRIMEIRA MULHER ELEITA PARA O PALÁCIO DO PLANALTO DILMA PERDEU O CARGO APÓS JULGAMENTO PELO SENADO POR CRIMES DE RESPONSABILIDADE COMO O USO DE DINHEIRO DE BANCOS PÚBLICOS E GASTOS SEM RESPALDO NO ORÇAMENTO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. TÉC: No dia 2 de dezembro de 2015, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha do PMDB do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia por crime de responsabilidade contra Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita para a Presidência da República. Os advogados Hélio Bicudo e Janaína Paschoal acusaram a petista de maquiar as contas ao usar recursos de bancos públicos, as chamadas pedaladas fiscais, e por ter editado decretos de gastos sem autorização do Congresso Nacional. No dia 17 de abril, o pedido de impeachment foi aprovado pelo Plenário da Câmara após analisado por uma comissão especial. No Senado, após aval de outra comissão especial, o pedido de abertura do processo passou no Plenário com 55 favoráveis e 22 contrários. No dia 12 maio, Dilma Rousseff foi notificada do afastamento pelo senador Vicentinho Alves do PR de Tocantins. (Vicentinho Alves) isse a ela que estava cumprindo o dever constitucional, regimental da intimação. Ela perguntou onde deveria assinar, assinou. Eu desejei boa sorte e cumpri minha missão. REP: Em 101 dias, a Comissão Especial do Impeachment ouviu 44 testemunhas, sendo 38 de defesa, e analisou documentos. No Plenário, Dilma sofreu nova derrota com a aceitação da pronúncia por 59 a 21. Na última fase do julgamento, o Plenário se transformou num tribunal do júri. Foram seis dias de oitivas de testemunhas e da própria acusada. O placar final foi de 61 votos favoráveis e 20 contrários ao impeachment. //Na última hora, no entanto, aliados da petista fatiaram a votação para impedir que Dilma perdesse os direitos políticos. Para o então presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas, o impedimento de votar e até de dar aula em universidades seria uma pena dura demais. (Renan Calheiros). E, no Nordeste, costumam dizer uma coisa com a qual eu não concordo: "Além da queda, coice." Nós temos que julgar, mas nós não podemos ser maus, desumanos. REP: Ao comentar o resultado final, Dilma, a segunda presidente a sofrer um impeachment, se disse vítima de um golpe parlamentar. (Dilma) É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo. É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. REP: No mesmo dia, Michel Temer assumiu a presidência da República em definitivo. (Michel Temer) A incerteza chegou ao fim. É hora de unir o país e colocar os interesses nacionais acima dos interesses de grupos. Meu compromisso é o de resgatar a força da nossa economia e recolocar o brasil nos trilhos. REP: A defesa de Dilma recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra o impeachment por falta de provas do crime de responsabilidade e por desvio de finalidade de Eduardo Cunha por ter aceitado o pedido por vingança. O relator da ação é o ministro Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Temer. Já a oposição na época, hoje governo, foi à Corte contra a manutenção dos direitos políticos alegando que Fernando Collor, mesmo renunciando, ficou inabilitado para a vida pública por oito anos. Da RS, HC.

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