IPEA divulga estudo "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça" — Rádio Senado
Desigualdade

IPEA divulga estudo "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça"

As mulheres trabalham, em média, sete horas e meia a mais que os homens por semana. Elas estudam mais, porém recebem menores salários. Os dados são mostrados no estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, divulgado nesta segunda-feira (06) pelo IPEA.

Segundo a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB – AM), a jornada da mulher, na verdade, é três vezes mais do que a do homem. Para a  senadora Glesi Hofmann (PT – PR), as mulheres deveriam fazer greve no Dia Internacional da Mulher.

07/03/2017, 14h06 - ATUALIZADO EM 07/03/2017, 14h17
Duração de áudio: 02:03
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Transcrição
LOC: AS MULHERES TRABALHAM, EM MÉDIA, SETE HORAS E MEIA A MAIS QUE OS HOMENS POR SEMANA. ELAS ESTUDAM MAIS, PORÉM RECEBEM MENORES SALÁRIOS. LOC: OS DADOS SÃO MOSTRADOS NO ESTUDO “RETRATO DAS DESIGUALDADES DE GÊNERO E RAÇA”, DIVULGADO NESTA SEGUNDA-FEIRA PELO IPEA. MAIS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Repórter) O período examinado foi de 1995 a 2015. Segundo o estudo, intitulado “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, em 2015, a jornada de trabalho média das mulheres era de quase 54 horas, enquanto que a dos homens, de pouco mais de 46 horas por semana. Mais de 90% das mulheres dizem que realizam as atividades domésticas, enquanto o percentual de homens com essa atribuição fica em torno de 50%. A senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B da Amazônia, observou que a jornada da mulher, na verdade, é três vezes mais do que a do homem, (Vanessa Grazziotin) “A mulher não cumpre duas jornadas de trabalho, como comumente todos nós falamos. A mulher cumpre uma tripla jornada de trabalho, porque os afazeres domésticos e dos cuidados também ficam, quase que com exclusividade, na responsabilidade da mulher, sobrecarregando-a. Enquanto o homem acorda às seis da manhã para pegar o ônibus, ela acorda às quatro: para arrumar a lancheira dos filhos, para deixar o almoço pronto, para limpar a casa, para varrer, para lavar, para fazer tudo”. (Repórter) A senadora Glesi Hofmann, do PT do Paraná, sugeriu que as mulheres façam greve no Dia Internacional da Mulher. (Glesi Hofmann) “Porque, senão, a sociedade não nos vê, nós somos invisíveis. Se as mulheres fossem remuneradas pelo trabalho que fazem em casa, isso teria um impacto de doze e meio por cento no Produto Interno Bruto brasileiro. Mas, por séculos e séculos, essas mulheres trabalham de graça. Para tudo! Parou tudo nós vamos ver o efeito disso na economia”. O Estudo também apontou aumento no número de mulheres chefiando famílias. E ainda a redução significativa do número de empregadas domésticas com até 29 anos. Em 1995 eram mais de 51%; em 2015, 16%. O Estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça” está disponível no site do Ipea.

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