Psiquiatra Nise da Silveira é homenageada pelo Senado com criação de comenda que leva seu nome — Rádio Senado
Homenagem

Psiquiatra Nise da Silveira é homenageada pelo Senado com criação de comenda que leva seu nome

23/12/2016, 13h16 - ATUALIZADO EM 23/12/2016, 13h17
Duração de áudio: 02:36
Centro Cultural da Saúde/Ministério da Saúde

Transcrição
LOC: A PSIQUIATRA NISE DA SILVEIRA É HOMENAGEADA PELO SENADO COM A CRIAÇÃO DE UMA COMENDA QUE LEVA O SEU NOME. LOC: O PRÊMIO SERÁ ENTREGUE A PERSONALIDADES QUE, COMO ELA, TENHAM CONTRIBUÍDO PARA A HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL. REPÓRTER MARCELA DINIZ: TÉC: “Eram as grandes novidades aqui: o eletrochoque e o choque insulínico, então, eu não me adaptei, absolutamente. Foi quando eu procurei o diretor do Centro e foi quando veio a ideia da terapêutica ocupacional, que era considerado um serviço subalterno”. (REP) Neste trecho do documentário “Do mundo da Caralâmpia à emoção de lidar”, de Gonzaga Leal e Rubem Rocha Filho, a psiquiatra alagoana Nise da Silveira explica sua opção pela terapia ocupacional como alternativa a tratamentos como o eletrochoque, comumente aplicados nos doentes psiquiátricos, no início do século XX. Ao substituir esses métodos violentos por artes como a pintura, Nise permitiu a seus pacientes, ou, como preferia dizer, “clientes”, expressar emoções e revelar conteúdos do inconsciente, auxiliando em seu próprio tratamento. Nise revolucionou, assim, a abordagem psiquiátrica no Brasil, tornando-se referência no país da aplicação das teorias de Carl Jung, com quem estudou durante um ano, na Suíça. A senadora Regina Sousa, do PT do Piauí, lembrou, no Plenário do Senado, outra passagem marcante da vida de Nise da Silveira, que acabou registrada em uma grande obra da nossa literatura: (Regina) Nise foi presa política durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo. No presídio Frei Caneca, ela dividiu cela com Olga Benário. Também conviveu com o grande escritor Graciliano Ramos, que a cita em seu livro, Memória do Cárcere. Ele diz, sobre Nise: “Lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos.” (REP) Nise foi a primeira mulher a se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1926. Era a única mulher entre 157 estudantes. Morreu em 1999, aos 94 anos. Para homenagear a psiquiatra, o Senado criou a Comenda “Nise Magalhães da Silveira”, que premiará, anualmente, três personalidades que, como ela, tenham contribuído para a humanização do atendimento médico no Brasil. As indicações serão feitas pelos senadores e os nomes serão avaliados por um Conselho formado por um senador de cada partido. Esse Conselho definirá as datas tanto para o recebimento de indicações quanto para a cerimônia de premiação, que ocorrerá no Plenário do Senado. Da Rádio Senado, Marcela Diniz. RSF 43/2016

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