Senado aprova projeto que reconhece vaquejada como manifestação cultural
O Plenário do Senado aprovou, na terça-feira (1º), Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (PLC 24/2016) que classifica a vaquejada, os rodeios e expressões artístico-culturais similares como manifestações da cultura brasileira e os eleva à condição de patrimônio cultural imaterial do Brasil. Houve manifestações contrárias ao projeto, como as da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que alertou para os maus-tratos que a atividade gera aos animais. Reportagem de Paula Groba.
Transcrição
LOC: O SENADO APROVOU, NESTA TERÇA-FEIRA, O PROJETO QUE RECONHECE A VAQUEJADA COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL E PATRIMÔNIO IMATERIAL.
LOC: OPINIÕES DIVERGENTES SOBRE O ASSUNTO DOMINARAM AS DISCUSSÕES, TANTO NO PLENÁRIO, QUANTO NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
(Repórter) A proposta aprovada eleva a vaquejada e o rodeio à condição de manifestações da cultura nacional e patrimônio cultural imaterial. Patrimônios imateriais são tradições que comunidades e grupos recebem de ancestrais e passam para as gerações seguintes. As manifestações desse tipo são legalmente identificadas e preservadas de forma a dar continuidade à atividade ao longo dos anos. O relator do projeto, senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, lembrou a tradição das vaquejadas em várias partes do país, principalmente no Nordeste. Segundo ele, além de culturalmente importante, as vaquejadas geram emprego e renda às comunidades envolvidas.
(Otto Alencar) E que emprega hoje 1 milhão de pessoas. Que vai do vaqueiro àquele que produz a ração, a cela, o baixeiro a cabeçada, o que faz o casco do cavalo, aquele que vende os churrasquinhos nas festas.
(Repórter) Também favorável à proposta, o senador Raimundo Lira, do PMDB da Paraíba, afirmou que acabar com a vaquejada num momento em que o país sofre uma grande crise de desemprego seria um grande erro.
(Raimundo Lira) Então esse seria um momento absolutamente inoportuno, pensar em acabar agora a vaquejada com mais de 700 mil empregos diretos, afora indiretos.
(Repórter) Já a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, contrária ao projeto, pediu que o Congresso tivesse mais tempo para debater a proposta antes da votação final e afirmou que a atividade gera maus tratos aos animais.
(Gleisi Hoffmann) Sim impõe sacrifícios, impõe dificuldades aos animais e nós não precisamos disso pra gerar a nossa economia. Já chega que nós já utilizamos os animais como comida. Vamos pelo menos tratá-los decentemente e não precisar pra nossa diversão.
(Repórter) Mas a maioria dos parlamentares aprovou o projeto que, mais cedo, havia sido aprovado pela Comissão de Educação.