Senadores repercutem morte de estudante em escola ocupada em Curitiba
Transcrição
LOC: A MORTE DE UM ESTUDANTE EM UMA ESCOLA OCUPADA EM CURITIBA REPERCUTIU ENTRE OS SENADORES.
LOC: ELES COBRARAM INVESTIGAÇÕES E CRITICAM USO DO CASO PARA CRIMINALIZAR MOVIMENTOS SOCIAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
(Repórter) Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos, foi encontrado morto na Escola Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, Paraná. A escola está ocupada a mais de vinte dias por alunos que protestam, principalmente, contra a Reforma do Ensino Médio, a PEC que estabelece um teto para os gastos públicos e o projeto de lei que institui a Escola Sem Partido. O suspeito do assassinato, um adolescente de 17 anos, já foi apreendido. Segundo a Polícia, a briga entre os dois jovens aconteceu por motivos pessoais e não teve relação ideológica. A senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, pediu que o fato não seja usado para criminalizar o movimento estudantil.
(Fátima Bezerra) “Nós não podemos de maneira alguma, à luz de um episódio como esse, de uma tragédia como essa, querer criminalizar o movimento Ocupa Escolas no Paraná, que é um movimento cidadão, um movimento pacífico, é um movimento que busca tão somente, na ótica deles, defender o direito à educação.”
(Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, disse que é preciso apurar as responsabilidades para que o episódio não passe em branco.
(Ana Amélia) “Envolve violência dentro de uma instituição pública, que é uma escola. E, quando se prega diálogo, não é radicalizar um movimento em uma hora em que o Brasil precisa de compreensão e precisa, sobretudo, de respeito à sociedade brasileira. Ninguém quer amordaçar ninguém. Nós queremos a liberdade verdadeira, a liberdade que é expressa pelo respeito, pelo respeito a começar das instituições.”
(Repórter) Mais de 800 escolas estão ocupadas no Paraná, segundo a Secretaria de Educação do Estado e o Movimento Ocupa Paraná. O número corresponde a um terço das escolas do estado. Em nota, o Movimento afirma que Lucas não fazia parte da ocupação, mas foi “vítima de um sistema que oprime e não corresponde aos anseios da juventude”.