Sessão de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff durou quase 68 horas — Rádio Senado
Julgamento do Impeachment

Sessão de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff durou quase 68 horas

31/08/2016, 19h10 - ATUALIZADO EM 31/08/2016, 19h10
Duração de áudio: 03:48
Moreira Mariz / Agência Senado

Transcrição
LOC: SESSÃO DE JULGAMENTO DO IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF DUROU QUASE 68 HORAS. LOC: DURANTE SEIS DIAS, OS SENADORES ATUARAM COMO JUÍZES E OUVIRAM AS TESTEMUNHAS E OS ADVOGADOS DA DEFESA E ACUSAÇÃO, ALÉM DA PRÓPRIA DILMA. REPÓRTER HEBERT MADEIRA. TÉC: Os últimos dias de agosto de 2016 vão ficar marcados na história do Brasil. Esta foi a segunda vez que ocorreu o impeachment de um presidente da República. A primeira foi em 1992, com o então presidente Fernando Collor, hoje senador pelo PTC de Alagoas. Apenas para a etapa final que levou ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff foram necessários seis dias seguidos, em uma sessão que durou 67 horas e 50 minutos. Durante todo o processo, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, comandou os trabalhos. Ao final, fez um balanço e agradeceu: (Lewandowski) O relatório e o pronunciamento da senhora presidente durou por cerca de 11 horas e 35 minutos. A presidente respondeu às perguntas de 48 senadores da acusação e da defesa, sem limitação de tempo, inclusive no tocante a sua fala inicial. (...) O presente processo – esse é outro dado relevante para a história – contém, até o momento, cerca de 27,4 mil páginas e compreende 72 volumes. (REP) O primeiro dia desta fase decisiva, 25 de agosto, foi marcado por um intenso debate entre os senadores e pelos depoimentos das testemunhas de acusação. Antonio Carlos D’avila, auditor do Tribunal de Contas da União, falou como testemunha. Já o procurador do TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, que inicialmente seria testemunha, foi informante. Logo em seguida, vieram os indicados pela defesa, que ocuparam todos os dias 26 e 27 de agosto. O professor Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, o ex-ministro do Planejamento Nelson Barbosa e o ex-secretário do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, falaram como testemunhas. O economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzo e o professor Ricardo Lodi, como informantes. Mas, um dos dias mais aguardados era 29 de agosto, quando Dilma viria pela primeira vez ao Senado desde que o processo de impeachment teve início para depor e responder às perguntas dos senadores. No discurso inicial, ela reiterou que não cometeu crime de responsabilidade fiscal e voltou a acusar um golpe. (Dilma) Ao exercer a presidência da República, respeitei fielmente o compromisso que assumi perante a nação e aos que me elegeram, e me orgulho disso. Sempre acreditei na democracia e sempre vi na Constituição de 1988 uma das grandes conquistas do nosso povo. Jamais praticaria atos contrários aos interesses daqueles que me elegeram. (REP) No penúltimo dia, os advogados da defesa José Eduardo Cardozo, e da acusação, Janaína Paschoal, apresentaram os argumentos finais na tentativa de conquistar e reverter votos. Os senadores passaram, então, à discussão. E, no último dia de agosto, durante a votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, destacou o momento histórico. (Renan) Raríssimas vezes na vida podemos dizer, sem sermos pretensiosos, que estamos vivendo a história. Hoje, é uma dessas escassas ocasiões. Alcançamos o ponto culminante de um processo que deixará lições para todos, para sempre. (REP) O processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff teve origem na Câmara dos Deputados com o recebimento da denúncia pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, ainda em outubro de 2015. Da Rádio Senado, Hebert Madeira.

Ao vivo
00:0000:00