Relembre a trajetória política de Dilma Rousseff — Rádio Senado
Julgamento do Impeachment

Relembre a trajetória política de Dilma Rousseff

31/08/2016, 10h21 - ATUALIZADO EM 31/08/2016, 10h28
Duração de áudio: 03:37
Roberto Stuckert Filho/PR

Transcrição
LOC: A PRIMEIRA MULHER NA PRESIDÊNCIA DO BRASIL FAZ HOJE, NO SENADO, SUA DERRADEIRA DEFESA NO PROCESSO DE IMPEACHMENT. LOC: RELEMBRE UM POUCO DA TRAJETÓRIA POLÍTICA DE DILMA ROUSSEFF NA REPORTAGEM DE ROBERTO FRAGOSO. TÉC (Repórter) Nascida em 1947 em Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff é filha do engenheiro e poeta búlgaro Petar Russev, que adotou o nome de Pedro Rousseff, e da professora brasileira Dilma Jane Silva. Ela iniciou sua militância política aos 16 anos, no ensino médio, simpatizante na organização Política Operária, conhecida como Polop. Em 1967, cursando Economia na Universidade Federal de Minas Gerais, passou a militar no Colina, Comando de Libertação Nacional, organização que defendia a luta armada e um dos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da ditadura iniciada em 1964. Em 67, em Minas Gerais, Dilma casou-se com o jornalista Claudio Galeno. Dois anos depois, já vivendo na clandestinidade, passou a usar vários codinomes para escapar das forças de repressão. Já separada do primeiro marido, Dilma casou-se novamente, em 1969, com o advogado gaúcho Carlos Paixão de Araújo. Foi presa em janeiro de 1970, em São Paulo, ficou detida na Operação Bandeirantes, onde foi torturada. Depois, foi enviada ao Dops, Departamento de Ordem Política e Social. Dilma foi libertada da prisão em 1973. Mudou-se então para Porto Alegre, onde voltou a cursar Economia. Em 76, teve sua única filha Paula Rousseff Araújo. Depois da anistia política, em 1979, Dilma filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista, o PDT. Ocupou vários cargos na prefeitura de Porto Alegre e no governo estadual, e em 2001 se filiou ao Partido dos Trabalhadores. Se tornou ministra das Minas e Energia em 2003. Em 2005, assumiu o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil após a demissão de José Dirceu por envolvimento no escândalo do mensalão. Tornou-se então braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comandando o PAC, o programa de Aceleração do Crescimento. Em 2010, ela disputou a presidência da República contra José Serra, do PSDB, e venceu no segundo turno com 56% dos votos, tornando-se a primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil. Em seu primeiro discurso, ela pediu a cooperação de partidos aliados e adversários. (DILMA): Não haverá de minha parte e do meu governo discriminação, privilégios ou compadrio. A partir desse momento eu sou a presidente de todos os brasileiros. (Repórter) No primeiro mandato, Dilma Rousseff sofreu queda de popularidade com os protestos de 2013, que começaram com reclamações sobre o preço do ônibus e cresceram até englobar temas como insatisfação com os gastos da Copa do Mundo de 2014, contra a corrupção e por melhores serviços públicos, como saúde e educação. A descoberta de sucessivos escândalos na Petrobras também afetou a aprovação de seu governo. Mesmo assim ela venceu as eleições em 2014, mas por uma margem mais apertada que a da primeira disputa: 51,46% dos votos, contra 48,36% do senador Aécio Neves, do PSDB. Logo após a eleição, notícias sobre um cenário econômico pior que o anunciado pelo governo começaram a aparecer, e a presidente anunciou diversos cortes de gastos. O discurso na segunda posse, em janeiro de 2015, foi diferente do primeiro, já marcado pelo tema da crise financeira. (Dilma Rousseff ) Nós vamos fazer, sim, ajustes na economia. Mas isso sem revogar direitos conquistados ou trair nossos compromissos sociais. (Repórter) O primeiro ano do segundo mandato foi dominado por dificuldades em aprovar medidas de ajuste fiscal e em reunir uma base de apoio parlamentar. No fim de 2015, o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, aceitou o pedido de denúncia contra Dilma por crime de responsabilidade, dando início ao processo de impeachment. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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