Presidente Dilma Rousseff terá tempo livre para responder aos senadores

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LOC: PRESIDENTE AFASTADA DEVERÁ USAR O TEMPO DE UMA HORA NO PLENÁRIO PARA REAFIRMAR QUE É VÍTIMA DE UM GOLPE, QUE NÃO COMETEU CRIME E PARA DESTACAR AS AÇÕES DO GOVERNO DO PT. LOC: SENADORES PRÓ-IMPEACHMENT MINIMIZAM A PRESENÇA DO EX-PRESIDENTE LULA AO AFIRMAREM QUE A PETISTA VAI USAR A COMITIVA DE APOIADORES NUM DOCUMENTÁRIO COM A VERSÃO DELA SOBRE O IMPEACHMENT. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. (Hérica ) Na segunda fase do julgamento final, a presidente afastada Dilma Rousseff terá trinta minutos prorrogáveis para discursar livremente no Plenário do Senado. De acordo com o senador Lindbergh Farias do PT do Rio de Janeiro, ela deverá usar esse tempo para negar o cometimento dos crimes de responsabilidade, para reafirmar que é vítima de um golpe e para destacar os avanços dos governos do PT. (Lindbergh) Ela vai falar isso. Ela terá uma fala anterior de trinta minutos, que é uma fala muito dura em que vai dizer para o País o que está atrás do golpe. Ela não vai ficar só na discussão do decreto de crédito suplementar e pedaladas não. Ela vai dizer que armação houve para afastá-la do poder. REP: Apesar de considerar que o discurso político não cabe nesta etapa, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima da Paraíba, não acredita que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, interromperá a fala de Dilma por manifestações alheias à denúncia. E descartou questionamentos por parte da oposição ao ironizar que a fala de Dilma é para um documentário. (Cássio) Pela conduta do presidente Lewandowski, creio que ele vai facultar de forma livre a palavra à presidente Dilma. Vamos reagir à qualquer provocação. O que está sendo visto no Senado hoje é um espetáculo com cenas para a produção de um ou mais documentários que não passam de um filmete de propaganda que será usado no futuro. Eles não estão mais preocupados com a defesa da presidente Dilma. Mas preocupados em encenar para esse documentário que será uma peça publicitária no futuro. REP: Após a manifestação, Dilma Rousseff poderá responder às perguntas do presidente do Supremo, dos senadores e dos advogados de defesa e acusação. A primeira a interrogar a presidente afastada será a senadora Kátia Abreu do PMDB de Tocantins. Segundo ela, Dilma já ensaiou os questionamentos com os aliados para focar os argumentos da defesa. Kátia Abreu, que é amiga da presidente afastada, disse que a petista não aceitará provocações da oposição, embora não baixará a cabeça para ninguém. (Kátia) A presidente Dilma não vai aqui se transformar em outra pessoa. Ela vai se indignar, com certeza, se emocionar, ela vai ser ela mesma. Ela não vem aqui para dar bronca em ninguém para ser brava com ninguém. Não cabe isso. Ela é brava no dia a dia do trabalho. Isso é uma questão de uma gestora. Quem vem aqui é uma presidente da República se defender de um crime que não cometeu. REP: O senador José Agripino Maia do Rio Grande do Norte negou qualquer hostilidade a Dilma Rousseff por parte da oposição. Ao citar o rito do julgamento, ele questionou a possibilidade de a presidente afastada limitar o número de perguntas já que, ao contrário das testemunhas, ela não terá um prazo para responder. (Agripino) Não há porque de última hora, a não ser que ela, unilateralmente, resolva dizer que só responderá a X perguntas, quando não houve esse combinado antes. Estou inscrito e minha ordem de inscrição não é um dos primeiros. Se ela resolver, que é um direito que ela tem, resolver responder apenas a partes dos inscritos, ela terá que responder porque. REP: Dilma Rousseff comunicou ao Senado que virá acompanhada de mais de 20 aliados, que terão acomodação no Plenário. O mesmo direito foi oferecido à acusação e aos aliados do presidente interino Michel Temer. A advogada Janaína Paschoal recusou o convite para trazer convidados. Segundo o senador Romero Jucá do PMDB de Roraima, Temer não enviará representantes porque sequer acompanhará pela TV o depoimento de Dilma. (Jucá) O presidente tem inúmeras tarefas de governar o Brasil e tem líderes e pessoas que acompanham e sabem da responsabilidade do Senado. Não acredito que o presidente Temer ficará ligado na televisão para ver o que a presidente Dilma tem a dizer até porque ela vai repetir o que disse, que são desculpas esfarrapadas que não explicam os crimes cometidos nem o desastre em que colocou o Brasil. REP: Pelas regras, cada senador terá cinco minutos para fazer a pergunta a Dilma Rousseff, mas sem direito a réplica ou tréplica. Da Rádio Senado, Hérica Christian.