Testemunhas de acusação afirmam que Dilma Rousseff cometeu crimes de responsabilidade — Rádio Senado

Testemunhas de acusação afirmam que Dilma Rousseff cometeu crimes de responsabilidade

26/08/2016, 03h04 - ATUALIZADO EM 26/08/2016, 03h04
Duração de áudio: 03:05
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Roussefff por suposto crime de responsabilidade. 



Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira

Transcrição
LOC: TESTEMUNHAS DA ACUSAÇÃO REAFIRMAM QUE DILMA ROUSSEFF COMETEU CRIMES DE RESPONSABILIDADE QUE COMPROMETERAM O DESEMPENHO DA ECONOMIA. LOC: ALIADOS DA PETISTA DECLARARAM QUE NÃO HÁ PROVAS E A OPOSIÇÃO REFORÇA A CULPA DA PETISTA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (REP) O procurador no Ministério Público, Júlio Marcelo, voltou a afirmar que Dilma Rousseff editou decretos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional e que desrespeitaram a meta fiscal. Declarou que a presidente afastada usou dinheiro de bancos públicos para financiar programas de governo e maquiar as contas públicas. Nesse caso das pedaladas, citou que o “empréstimo” foi de R$ 40 bilhões do Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. O procurador disse que o chamado plano de fraude fiscal passou pela omissão do registro das dívidas da União, que agravaram a crise econômica. (Júlio) todos participando de um sofisticado plano em que se ocultaram passivos de mais de 40 bilhões. E o que há em comum em todos esses órgãos? O comando deles, todos respondem à Presidência da República. E é função da Presidente da República fazer essa gestão orçamentária. Se eu não entendesse, diante desses fatos tão graves, que a Presidente é responsável, teria de concluir, então, que ela não estava presidindo o País. Alguém, outra pessoa estava presidindo o País. REP: O auditor do TCU, Antônio D´Ávila, disse que os repasses do Banco do Brasil para o Plano Safra se configuram em operação de crédito, o que é vedado em lei, e não prestação de serviço. Citou que o governo Dilma pagava em dia os bancos privados e só quitou os débitos com os públicos após provocação do TCU. O auditor negou que houve mudança de entendimento pelo Tribunal sobre os decretos e as pedaladas e rebateu a acusação da combinação de pareceres para prejudicar Dilma Rousseff. Antônio D’avila ressaltou que a presidente afastada tinha consciência do desrespeito às leis contábeis, que agravaram a crise econômica. (D’Ávila) A descoberta das pedaladas revelou uma situação econômica que havia sido omitida da sociedade. Não tenho dúvida de que o que passamos hoje, de que os trabalhadores estão sofrendo isso por conta de toda essa desordem fiscal que felizmente veio à tona e foi descoberta.Foi um grande plano de fraude fiscal que contou com a omissão do registro das dívidas, com a fraude aos decretos de contingenciamento e com a utilização dos bancos públicos como fonte de financiamento ilegal e proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. REP: Para o senador José Agripino Maia do Democratas do Rio Grande do Norte, as testemunhas reforçaram tecnicamente os crimes cometidos por Dilma. (Agripino) Depoimentos conclusivos, concisos, esclarecedores e que vão levar aos senadores a terem consciência acrescentada para ter o voto muito firme pelo sim ou pelo não REP: Já o senador Jorge Viana do PT do Acre declarou que as testemunha não conseguiram provar a culpa de Dilma: (Jorge) Acho que ficou claro para a sociedade que a presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade nem atentado à Constituição. Se ela tivesse cometido crime no plano safra e nos decretos, teriam aparecido os cúmplices. Só ela é culpada? Não têm ministros? REP: O interrogatório do procurador Júlio Marcelo durou mais de 6 horas. Mas o do auditor Antônio D’avila levou duas horas e meia porque dez senadores da oposição a Dilma abriram mão das perguntas para concluir a oitiva da acusação nessa quinta-feira. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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