Senadores divergem sobre influência do depoimento de Dilma no resultado do impeachment

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LOC: A PRESIDENTE AFASTADA DILMA ROUSSEFF VAI SE DEFENDER PESSOALMENTE NO SENADO NESTA SEGUNDA-FEIRA. LOC: SENADORES DIVERGEM SE A PRESENÇA DA RÉ PODE OU NÃO INTERFERIR NO RESULTADO DO JULGAMENTO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. TÉC: A sessão de segunda-feira está marcada para começar às 9 horas da manhã, quando Dilma Rousseff falará na tribuna do Senado durante trinta minutos. Depois, ela vai responder às perguntas do presidente do Supremo Tribunal Federal e do processo de impeachment, Ricardo Lewandoski, dos senadores e da acusação e defesa. A informação foi confirmada pelo advogado José Eduardo Cardozo. (Cardozo) “O que move hoje boa parte dos senadores é uma questão política. Querem afastar a presidente sem pressuposto jurídico, sem base constitucional, sem nada. Eu não sei, se a presença dela conseguir reverter isso, eu acho ótimo porque terá se feito justiça e terá se respeitado a democracia. (REP) O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, afirmou que a defesa não tentará blindar a presidente afastada, que irá responder a todas as perguntas dos senadores favoráveis ao impeachment. (Lindbergh) “Se estão afastando ela, com certeza eles têm que enfrentá-la. Seria um gesto inclusive de covardia se os senadores que estão votando pelo impeachment, não perguntarem a ela. Eu acho que ela está querendo vir, está muito preparada e ela cresce muito nesses momentos. Vamos ter aqui um dia histórico, daqui a 30, 40 anos vamos lembrar da vinda da Dilma aqui no Senado.” (REP) Já o senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso, afirmou que a defesa não deve ofender os favoráveis ao afastamento definitivo, se quiser reverter votos. (Medeiros) “Quem quer pegar galinha não vai dizer xô". Como é que querem cativar votos dos senadores aqui se achincalham? Isso é um absurdo de se ver. A Presidente teve infinitos momentos para chegar para a Nação e dizer: "Olha, eu menti para ganhar a eleição mas peço perdão, porque a situação não era aquela. O sistema político, às vezes, é isso" – dissesse isso. Teve oportunidade, não o fez.” (REP) No entanto, o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, acha que a presença da petista deve ampliar a vantagem dos favoráveis ao impeachment, que precisam de 54 votos. (Cássio) “Ela não terá, tenho certeza, nenhuma capacidade de mudar votos dos senadores que já estão convencidos que ela praticou os crimes. Com as desculpas que estão sendo apresentadas, pura e simplesmente, pode ser que nós tenhamos inclusive a ampliação do placar dos favoráveis ao impeachment.” (REP) Na segunda-feira, os senadores terão 5 minutos para fazer perguntas a Dilma Rousseff. Aliados da presidente afastada confirmaram, ainda, a presença do ex-presidente Lula no plenário. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.