Senadores comentam carta divulgada por Dilma Rousseff
Senadores pró-impeachment minimizam carta de Dilma Rousseff em que admite erros e pede que não seja injustiçada. Aliados da presidente afastada ressaltam o compromisso com novas eleições e andamento da Lava Jato. O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), negou que a carta venha tarde demais. Mas, para o líder do PV, senador Álvaro Dias (PR), a carta não mudará o voto dos favoráveis ao impeachment.
Transcrição
LOC: SENADORES PRÓ-IMPEACHMENT MINIMIZAM CARTA DE DILMA ROUSSEFF EM QUE ADMITE ERROS E PEDE QUE NÃO SEJA INJUSTIÇADA.
LOC: ALIADOS DA PRESIDENTE AFASTADA RESSALTAM O COMPROMISSO COM NOVAS ELEIÇÕES E ANDAMENTO DA LAVA JATO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
TÉC: Na carta de quatro páginas dirigida ao Senado e à Nação, a presidente afastada Dilma Rousseff declarou que o retorno dela ao cargo será a afirmação da democracia diante da inocência dela. Ressaltou que, na ausência do crime de responsabilidade, o processo é um golpe que resultaria num equívoco de uma eleição indireta, já que o Senado substituiria os 110 milhões de eleitores. No documento, Dilma assumiu o compromisso de não interromper as investigações contra a corrupção, convocar um plebiscito sobre novas eleições e de votar uma reforma política em nome de um pacto. E assegurou que não tem contas no exterior, não desviou um centavo público nem recebeu propina. Por fim, apelou aos senadores que não cometam a injustiça de condená-la por um crime que não cometeu. O líder do PT, senador Humberto Costa de Pernambuco, negou que a carta venha tarde demais.
(H.Costa_carta) Acho que não. Até o momento da votação, há tempo para mudar opiniões, preservar os votos que tivemos e fazermos esse convencimento. É nisso que estamos centrados de mostrar aos senadores aquilo que é de conhecimento de todos que não há crime de responsabilidade.
REP: Mas para o líder do PV, senador Álvaro Dias, do Paraná, a carta não mudará o voto dos favoráveis ao impeachment.
(A.Dias_carta) A presidente repetiu argumentos já conhecidos e que não significaram nenhuma alteração na convicção dos senadores. Portanto, a carta repete e o que ela disse não é importante. Ela não será julgada pelo que disse na carta ou em outras oportunidades. Será julgada exatamente pelos crimes praticados, que dizem respeito, sobretudo, à Lei de Responsabilidade Fiscal.
REP: O presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas, destacou que os senadores cumprirão com seu papel no julgamento de Dilma, rebatendo as críticas de injustiça.
(Renan_carta) Nesse momento de conflagração nacional, o Senado vai cumprir o seu papel constitucional. O julgamento começará no dia 25 e deverá se estender por 3 ou 4 dias. Não tenho dúvida de que o presidente do senado é apenas produto do que o Senado quer e pensa. O Senado vai cumprir o seu papel.
REP: Renan Calheiros também descartou a realização de um plebiscito.
(Renan_plebiscito) Qualquer solução fora da Constituição pode deteriorar ainda mais. De modo, que não sou entusiasta desta saída.
REP: Além da carta, os aliados de Dilma apostam na mudança de posição de seis senadores que se manifestaram pelo julgamento na última votação. Da Rádio Senado, Hérica Christian.