Senado e Câmara terão subcomissão para analisar casos de estupro contra mulheres — Rádio Senado
Violência contra Mulher

Senado e Câmara terão subcomissão para analisar casos de estupro contra mulheres

01/06/2016, 11h36 - ATUALIZADO EM 01/06/2016, 11h40
Duração de áudio: 02:12
Jefferson Rudy / Agência Senado

Transcrição
LOC: O SENADO E A CÂMARA TERÃO UMA SUBCOMISSÃO PARA ANALISAR CASOS DE ESTUPRO CONTRA MULHERES. LOC: A FORMAÇÃO DO COLEGIADO FOI APROVADA PELA COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUE FARÁ DILIGÊNCIAS AO PIAUÍ E AO RIO DE JANEIRO PARA ACOMPANHAR AS INVESTIGAÇÕES DOS RECENTES CASOS DE ESTUPRO. REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC: Os crimes de estupro ocorridos no Rio de Janeiro e no Piauí contra duas jovens foi destaque entre os debates da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Na visão da senadora Ângela Portela, do PT de Roraima, há um claro despreparo das delegacias e profissionais para receberem as vítimas, muitas vezes ainda em estado de choque pela violência sexual. (ANGELA) Nós vimos no caso da moça do Rio de Janeiro, que foi vítima de estupro coletivo, o primeiro delegado que atendeu estava totalmente despreparado para receber uma mulher vitimizada. (Paula) Para a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, sem o atendimento adequado, a mulher sofre uma dupla violência. (ANA AMÉLIA) Ter sofrido fisicamente aquilo, a dor da alma e ainda se expor a repetir aquilo no meio, de pessoas, às vezes de um delegado desatento. (Paula) Já para a senadora Marta Suplicy, do PMDB de São Paulo, é preciso haver um ritual adequado para o depoimento dessas mulheres. (MARTA) Tem que ter uma diretriz em Lei, que uma pessoa estuprada, seja homem ou mulher, tem que ser questionada ou entrevistada por pessoas do mesmo sexo dela. E depois tem que ser uma pessoa que tenha experiência na área. Se for criança, de criança ou de adolescente, ou na área de violência. (Paula) A comissão ainda aprovou a criação de uma subcomissão permanente que vai analisar casos de violência sexual contra mulheres, que fará diligências ao Rio de Janeiro e ao Piauí para acompanhar as investigações. Após a reunião, parlamentares e representantes de movimentos sociais caminharam pelo Congresso com cartazes dizendo não ao estupro. Para a senadora Simone Tebet, do PMDB do Mato Grosso do Sul, presidente da comissão mista, esta é uma forma de demonstrar a mobilização do Congresso contra a cultura do estupro. (TEBET) Hoje há uma cultura machista mundial de que a mulher ainda é uma posse e nós temos que acabar com isso. Nós temos que aproveitar, infelizmente, momentos como estes, trágicos, para mobilizar a sociedade. (Paula) A comissão também aprovou requerimentos para a realização de audiências públicas que vão discutir ações conjuntas de enfrentamento à violência contra as mulheres. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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