Senado aprova por 55 votos a 22 a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff — Rádio Senado
Votação do Impeachment

Senado aprova por 55 votos a 22 a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff

12/05/2016, 08h16 - ATUALIZADO EM 12/05/2016, 08h16
Duração de áudio: 03:02
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Transcrição
LOC: APÓS QUASE DEZOITO HORAS DE DISCUSSÃO E UMA SESSÃO COM MAIS DE 18 HORAS, O PLENÁRIO DO SENADO APROVOU POR 55 VOTOS A 22 A ADMISSIBILIDADE DO PROCESSO CONTRA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF. LOC: ALIADOS REAFIRMAM DISPOSIÇÃO DE RECORRER À JUSTIÇA, ENQUANTO OPOSIÃO JÁ DECRETA PERDA DEFINITIVA DE MANDATO DA PETISTA. OS DETALHES NA REPORTAGEM DE HÉRICA CHRISTIAN. TÉC: O resultado da votação saiu às 6:34 da manhã, cerca de 18 horas depois de iniciada a sessão na manhã de quarta-feira. A continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff exigia a maioria simples, ou seja, metade mais um dos presentes. Mas o Plenário aprovou as investigações dos crimes de responsabilidade por 55 votos favoráveis e 22 contrários. A maioria dos senadores considerou graves a edição de decretos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional e as chamadas pedaladas fiscais, ou o pagamento de programas do governo por bancos públicos. O líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado, de Goiás, disse que esse resultado sinaliza que o Senado poderá decretar a perda definitiva do mandato de Dilma nos próximos seis meses. (Caiado) É uma importante vitória, ou seja, acima até do necessário para poder fazer o afastamento definitivo do afastamento da presidente da República, que seriam 54 votos. Mas nós atingimos mais de 2/3 para a votação necessária para a última votação que será o afastamento definitivo. REP: A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, reafirmou que o resultado já era esperado. Mas ponderou que na segunda fase do processo no Senado os aliados da presidente Dilma poderão arquivar o pedido. (Gleisi) Teremos até seis meses para fazer a defesa da presidenta e mostrar que não há crime de responsabilidade e que isso tudo faz parte de um processo político de tomada de poder por quem não pode conquistar o poder através do voto. REP: O relator, senador Antonio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, reafirmou que a aprovação da admissibilidade não significa uma condenação prévia. (Anastasia) Estão presentes de maneira cristalina os elementos necessários, os indícios suficientes, não para a condenação, ainda não se cogita isso, mas para abrirmos o processo, e aí sim, ao longo dos próximos meses, possamos discutir, com calma, com base nas provas, a ocorrência dos crimes de responsabilidade . REP: O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, foi o último a se manifestar. Ao reafirmar que a presidente Dilma é inocente e que os crimes não se comprovam, ele avisou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal oportunamente e que se dedicará à defesa na comissão especial. (Cardozo) Se está nesse momento condenando uma mulher honesta e inocente, se está nesse momento usando um pretexto jurídico para acusar uma presidente da república legitimamente eleita de atos que todos os governos anteriores praticaram. Se está cometendo uma injustiça histórica. Se está condenado uma inocente. REP: Aprovada a admissibilidade, a presidente Dilma Rousseff será afastada por até 180 dias e será substituída pelo vice Michel Temer. Nesse prazo, a Comissão Especial do Impeachment voltará a se reunir para a fase de investigação dos crimes de responsabilidade. O colegiado poderá realizar diligências, ouvir testemunhas e solicitar documentos. Da Rádio Senado, HC.

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