CPI do Assassinato de Jovens deve apresentar relatório até dia 26 de junho — Rádio Senado
Violência

CPI do Assassinato de Jovens deve apresentar relatório até dia 26 de junho

12/04/2016, 21h02 - ATUALIZADO EM 12/04/2016, 21h18
Duração de áudio: 02:19
Reinaldo Ferrigno/Gabinete da senadora Lídice da Mata

Transcrição
LOC: A CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS DEVE APRESENTAR SEU RELATÓRIO ATÉ O DIA 26 DE JUNHO. LOC: O FIM DO CHAMADO AUTO DE RESISTÊNCIA, A DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS LEVES E AÇÕES DE APOIO ÀS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA PODEM ESTAR NO TEXTO FINAL. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. (Repórter) Após um ano de trabalhos, a CPI sobre o assassinato de jovens deverá apresentar seu relatório final no dia 26 de abril. Após uma série de audiências públicas em Brasília e em vários estados brasileiros, onde foram ouvidas mais de 200 pessoas entre pesquisadores, policiais, familiares de vítimas, associações e ONGs de defesa de direitos humanos, o texto deve conter várias sugestões de combate à violência. A presidente da CPI, senadora Lídice da Matta, do PSB da Bahia, destacou as questões da implantação de políticas contra a pobreza, a descriminalização das drogas leves e uso do auto de resistência para encobrir assassinatos de jovens: (Lídice da Mata) Não é o auto de resistência em si, mas sim a forma como ele é usado, a justificativa que se cria com a existência do auto de resistência. Pelo que conheço do relator, se realmente recolher a opinião majoritária daquilo que foi debatido na comissão – e eu creio que fará isso – vai indicar uma política mais liberalizante de droga leve e acho que nosso relatório vai apontar no sentido de fortalecer políticas públicas que buscam agir na prevenção da violência. (Repórter) A comissão apurou que os jovens pobres têm de seis a oito vezes mais chances de morrerem assassinados. Se morarem em periferias e fizerem parte de grupos como negros ou indígenas, suas chances de morrer são quase 20 vezes maiores que jovens de classe média ou alta. Lídice da Matta ressaltou a diferença de tratamento em relação às classes sociais: (Lídice da Mata) O que nós vemos nas periferias das grandes cidades são jovens que são às vezes abordados e se encontram pequenas gramas de maconha, pequena quantidade de drogas desse tipo, de leve. Eles são caracterizados como traficantes ou como usuários perigosos. Se você na mesma dimensão encontra com as mesmas quantidades um jovem branco, numa área de classe média de qualquer das grandes cidades brasileiras, aí ele vai para delegacia, presta depoimento, é liberado logo... (Repórter) A CPI do Assassinato de Jovens foi proposta após uma série de audiências públicas da Comissão de Direitos Humanos em 2014, onde foram denunciados assassinatos em massa de jovens negros das periferias.

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