Número de mulheres presas aumentou 567% em 14 anos — Rádio Senado
Comissão da mulher

Número de mulheres presas aumentou 567% em 14 anos

05/04/2016, 20h06 - ATUALIZADO EM 05/04/2016, 20h06
Duração de áudio: 01:59
COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: Audiência interativa apresenta relatório sobre a população penitenciária feminina e debate violência contra as mulheres presas. Logo após, apresentação do relatório de avaliação de políticas públicas e apreciação de requerimentos.
Data: 05/04/2016
Horário: 14:30:00
Local: Plenário 9, Ala Senador Alexandre Costa

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado.
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: O NÚMERO DE MULHERES PRESAS NO PAÍS AUMENTOU 567% EM 14 ANOS. E DAS QUASE 38 MIL MULHERES DETENTAS, 11 MIL NÃO FORAM JULGADAS. LOC: A COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VAI BUSCAR SOLUÇÕES PARA DIMINUIR A POPULAÇÃO CARCERÁRIA FEMININA. A REPORTAGEM É DE CINTHIA BISPO. (Repórter) No período de 2000 a 2014, o número de mulheres presas no Brasil passou de 5.600 para 37.380, um aumento de 567%, enquanto o de homens presos cresceu 220%. O país hoje tem a quinta maior população carcerária feminina no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China, Rússia e Tailândia. O Infopen Mulheres, primeiro levantamento nacional com foco nas presidiárias, feito pelo Ministério da Justiça, revelou ainda que a maioria das mulheres está detida em unidades que não foram projetadas para recebê-las; apenas 7% dos estabelecimentos são estruturados para elas. Thandara Santos, representante do Departamento Penitenciário Nacional, explicou que o grande número de mulheres presas se dá pela política, segundo ela equivocada, de tratar com o problema das drogas por meio da repressão. (Thandara Santos) É muito claro que esse crescimento está diretamente atrelado a reformulação da política de drogas. Uma política de drogas que fundamenta essa guerra ao pequeno usuário, pequeno traficante, e que não desmantela uma estrutura de tráfico que é o tráfico internacional, muito maior do que o pequeno traficante que está na ponta. E nós sabemos que quem está na ponta e quem é o pequeno traficante são as mulheres. (Repórter) A situação das presidiárias é, de acordo com as parlamentares que integram a comissão, de total abandono, com problemas como falta de produtos para higiene pessoal, revista vexatória e violência no parto. Para a senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, é preciso a ação de todos os poderes para melhorar o sistema penitenciário. (Vanessa Grazziotin) Daí a gente dizer que o sistema prisional brasileiro é um sistema falido porque deveria ser um sistema autossustentável, e um sistema lucrativo. (Repórter) A senadora Simone Tebet, do PMDB de Mato Grosso do Sul, presidente da comissão mista, anunciou que vai elaborar um projeto de lei para tentar diminuir a população carcerária feminina. O projeto vai buscar libertar mulheres que praticaram pequenos delitos, que tenham renda baixa e que ficaram esquecidas pelo Judiciário.

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