Especialistas afirmam que Brasil passa por uma epidemia de cesarianas — Rádio Senado
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Especialistas afirmam que Brasil passa por uma epidemia de cesarianas

02/12/2015, 18h15 - ATUALIZADO EM 02/12/2015, 18h56
Duração de áudio: 02:00
Marcos Oliveira

Transcrição
LOC: O BRASIL PASSA POR UMA EPIDEMIA DE CESARIANAS. LOC: A OPINIÃO DA REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DURANTE DEBATE NA CDH REVELA QUE O MÉTODO TEM SE MOSTRADO DESNECESSÁRIO EM MUITOS CASOS E PREJUDICIAL À SAÚDE DAS GESTANTES. REPÓRTER CINTHIA BISPO. TÉC: (Repórter) O Brasil é o país com maior taxa de cesáreas do mundo, 84% de nascimentos da rede privada acontecem por esse método e 40% na rede pública. A Organização Mundial de Saúde recomenda 15%. E estudiosos da área de saúde em debate na Comissão de Direitos Humanos consideram que há uma epidemia de cesarianas no país, que impactam na mortalidade infantil e na mortalidade materna. Para a coordenadora da saúde das mulheres do Ministério da Saúde, Maria Esther Vilela, existe um modelo de assistência à saúde violenta que banaliza e comercializa o nascimento. (Maria Esther) Nós temos também a banalização da cesariana, como se a cesariana não tivesse risco nenhum. E temos riscos imediatos da cesariana, é mais arriscada e temos riscos futuros, riscos reprodutivos para essa mulher, uma segunda gravidez mais complicada. Nós temos também, o nascimento hoje é uma questão mercadológica. (Repórter) Para combater os casos de violência obstétrica no país, os palestrantes da audiência pública na CDH argumentam que é preciso promover a saúde infantil e materna, garantir os direitos reprodutivos da mulher e alterar as práticas na saúde privada e pública. A senadora Ângela Portela, do PT de Roraima, que solicitou a audiência pública, argumenta que ainda é preciso avançar no combate à violência obstétrica no país. (Ângela) Precisamos avançar muito nas políticas voltadas para combater esse tipo de violência. Apresentar propostas viáveis, destinar recursos no orçamento para que os estados e os municípios possam implementar essas políticas tão importantes para combater a violência obstétrica. (Repórter) A violência obstétrica dentro das unidades de saúde do país vai desde a imposição médica na hora do parto até o tratamento desrespeitoso dos profissionais de saúde contra a mulher e a criança. Pesquisa da Fundação Perseu Abramo, revela que uma em cada quatro mulheres já sofreu violência durante o parto. Da Rádio Senado, Cinthia Bispo.

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