CRE ouve ex-ministro Nelson Jobim sobre indústria da defesa nacional

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LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL RECEBEU NESTA QUINTA-FEIRA O EX-MINISTRO NELSON JOBIM. LOC: O COLEGIADO PROMOVE UM CICLO DE AUDIÊNCIAS SOBRE A INDÚSTRIA DA DEFESA NACIONAL E VAI APRESENTAR ATÉ O FINAL DO ANO UM RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL E OS PROJETOS ESTRATÉGICOS PARA O SETOR. REPÓRTER NARA FERREIRA: TÉC: Nelson Jobim foi ministro da Justiça, da Defesa e também do Supremo Tribunal Federal. Ele fez um histórico dos últimos anos da defesa nacional, e destacou a transição do regime militar para o democrático e a criação do Ministério da Defesa, em 1999, com comando civil. Segundo Nelson Jobim, o desenvolvimento da indústria da defesa nacional enfrentou dificuldades após o período militar por preconceito: a defesa e segurança nacional era identificada com repressão política. Ao assumir o Ministério da Defesa, em 2007, Jobim disse que observou que os aparelhos militares eram importados, sem transferência de tecnologia. Foi elaborada então a Estratégia Nacional de Defesa, e o Brasil passou a fazer parcerias estratégicas com outros países exigindo transferência de tecnologia. Um exemplo foi o acordo com a França, para fabricação do submarino nuclear. Segundo Jobim, grandes empresas com capacidade de gestão, como a Embraer, criaram setores de defesa e houve um compromisso do governo com o desenvolvimento de uma base industrial de defesa nacional. Para ele, a situação do país naquele momento em termos orçamentários era melhor e, hoje, o desafio é compatibilizar a manutenção dos projetos, mas não abandoná-los. (JOBIM) se tivermos problemas de redução de aportes orçamentários, temos que ter uma política de elastecimento desse tempo. Com isso o setor privado se ajusta, agora se o setor privado tem a certeza de que não vai acontecer nada, ele se desmancha e depois para recuperar é um desastre. (REPÓRTER) O senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, afirmou que a base industrial da defesa no País está sendo desmontada (FERRAÇO) Tudo aquilo que foi estruturado com rigor, planejamento, está se perdendo por conta da desorganização do estado brasileiro e do que estamos vivendo da pouca capacidade de investimento do estado brasileiro e da falta de prioridades em relação aquilo que vamos ou não vamos fazer para que as iniciativas não se percam. (REPÓRTER) Ferraço é quem vai elaborar o relatório na Comissão de Relações Exteriores sobre a situação da indústria da defesa nacional e os projetos estratégicos para o setor. Da Rádio Senado, Nara Ferreira.