Brasil está entre os cinco países com mais acidentes de trabalho no mundo — Rádio Senado
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Brasil está entre os cinco países com mais acidentes de trabalho no mundo

Apesar dos avanços nas normas que dizem respeito à segurança dos empregados, o Brasil continua entre os cinco países que registram mais acidentes de trabalho no mundo. A constatação foi feita pela presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), Paulo Paim (PT-RS), nesta quinta-feira (16), durante audiência pública sobre segurança no trabalho.

Participaram do debate, representantes dos trabalhadores, do Ministério Público e do Ministério do Trabalho e Emprego. Representantes de entidades sindicais defenderam uma nova postura no combate aos acidentes de trabalho, que não responsabilize os empregados pela sua própria segurança. Os especialistas disseram que os equipamentos não protegem contra doenças do trabalho, que também afastam de suas atividades muitos trabalhadores.

16/07/2015, 14h02 - ATUALIZADO EM 16/07/2015, 15h05
Duração de áudio: 01:56
Edilson Rodrigues / Agência Senado

Transcrição
LOC: A REDE DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR CONTRA ACIDENTES ESTÁ DE PONTA CABEÇA NO BRASIL. LOC: FOI O QUE AFIRMARAM ESPECIALISTAS NESTA QUINTA-FEIRA DURANTE UM DEBATE SOBRE SEGURANÇA NO TRABALHO, NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: Apesar dos avanços nas normas que dizem respeito à segurança dos empregados, o Brasil continua entre os cinco países que registram mais acidentes de trabalho no mundo. Foi o que lamentou o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. Ele questionou ainda a eficácia dos EPIs, os equipamentos de proteção individual. (Paulo Paim) Alguns números mostram em 2013 uma taxa de mortalidade de 6,53 por 100 mil segurados. Não dá pra achar que simplesmente o equipamento resolve o problema da segurança no emprego. (Repórter) O procurador do Ministério Público do Trabalho Ronaldo Lira revelou que uma das principais causas é que a rede de proteção contra acidentes de trabalho está completamente invertida. (Ronaldo Lira) A normatização brasileira é exemplar, agora por que que nós temos esse número expressivo de acidentes? Alguma coisa está faltando, essa engrenagem de proteção do trabalhador, ela não está funcionando. Infelizmente no Brasil, ela está de ponta cabeça, porque em primeiro lugar, há priorização do Equipamento de Proteção Individual. (Repórter) O representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Rômulo Silva, reforçou que antes de confiar a segurança dos empregados a equipamentos, é preciso adotar medidas de proteção coletivas e administrativas. (Rômulo Silva) Se você tem um determinado ambiente de trabalho que tem um nível de ruído muito elevado, faça um tratamento acústico no ambiente. Se ainda assim não foi suficiente para reduzir para níveis aceitáveis, há como alternativa o revezamento com outros trabalhadores. E se ainda assim há uma exposição significativa, aí sim você vai adotar o nível de medida de proteção individual. (Repórter) Representantes de entidades sindicais defenderam uma nova postura no combate aos acidentes de trabalho, que não responsabilize os empregados pela sua própria segurança. Os especialistas disseram também que os equipamentos não protegem contra doenças do trabalho, que também afastam de suas atividades muitas pessoas no País.

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