Brasil não vai cumprir meta para reduzir mortalidade materna, avaliam especialistas — Rádio Senado

Brasil não vai cumprir meta para reduzir mortalidade materna, avaliam especialistas

LOC: O BRASIL NÃO VAI CUMPRIR A META ESTABELECIDA PELA ONU PARA A REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA. A AVALIAÇÃO FOI FEITA NESTA QUARTA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. 

LOC: SEGUNDO AUTORIDADES E ESPECIALISTAS, MAIS DE 90 POR CENTO DAS MORTES PODERIAM SER EVITADAS. O BRASIL, NO ENTANTO, ATINGIU O OBJETIVO DE REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL. REPÓRTER GEORGE CARDIM.  

TÉC: A melhoria da saúde das gestantes e a redução da mortalidade infantil são duas das oito metas do milênio estabelecidas pela Onu e firmadas pelo Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, de 1990 para 2012 o índice de mulheres que morrem durante a gravidez, no parto ou dias depois de dar a luz caiu de 160 casos para 62 a cada 100 mil nascimentos, uma queda de quase 60 por cento. Apesar do avanço, o número está longe do objetivo previsto para este ano, de 35 mortes por 100 mil partos. As principais causas são pressão alta e hemorragia. O próprio governo admite que a maioria destas mortes poderiam ser evitadas. A representante da OnG Criola, a médica Jurema Werneck , lamentou que as principais vítimas são negras e pobres. 

(Jurema) Como já foi dito aqui, 92 por cento dos casos poderiam ser evitados, estão aí neste grupo. Isso é muito grave. As mulheres negras estão morrendo mais que todo mundo. A morte materna segue altíssima entre mulheres negras e índias e parece que não temos solução à vista. 

(REPÓRTER) No entanto, a representante do Ministério da Saúde Thereza de Lamare Neto celebrou que o Brasil conseguiu atingir a meta de reduzir em mais de dois terços a mortalidade infantil. 

(Thereza) Uma vitória muito importante foi a redução da mortalidade infantil, o Brasil já em 2012 conseguiu atingir a meta de reduzir em 2/3 até 2015 a mortalidade infantil. Então, uma redução de mais de 70 por cento bem acima de outros países de outras regiões do mundo, né? 

(REPÓRTER) Os senadores e especialistas elogiaram a atual política de incentivo ao parto normal, já que a cesariana é considerada um fator de risco para a mãe e o bebê, como disse a senadora Ângela Portela, do PT de Roraima. 

(Ângela) Quero desatacar também o compromisso, é a prioridade do Ministério da Saúde na redução dos partos cesáreas. Isso passa por uma mudança cultural, uma mudança nos nosso profissionais de saúde para que a gente consiga. O Brasil é campeão no parto cesárea e a gente sabe as consequências disso. 

(REPÓRTER) Em 2013, 1.567 mulheres morreram no Brasil por problemas relacionados à gravidez.
01/07/2015, 01h36 - ATUALIZADO EM 01/07/2015, 01h36
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