Votação do Orçamento pode atrasar devido à revisão das receitas da União — Rádio Senado

Votação do Orçamento pode atrasar devido à revisão das receitas da União

LOC: GOVERNO ANUNCIA NOVOS PARÂMETROS ECONÔMICOS PARA 2015, INCLUINDO A REDUÇÃO DA META DO SUPERÁVIT DE 2% DO PIB PARA 1,2%. 

LOC: O RELATÓRIO DA RECEITA DA UNIÃO TERÁ QUE SER REFEITO E PODE ATRASAR A VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO DE 2015. REPÓRTER MARCELLA CUNHA 

(Repórter) A meta do superávit primário para o setor público em 2015 foi reduzida pelo Governo Federal de 114 para 66 bilhões de reais. O montante foi estimado já deduzindo os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento. O documento, enviado pelo Ministério do Planejamento ao Congresso, também rebaixou a previsão do crescimento do PIB para 0,8%. O número já havia sido modificado há duas semanas de 3 para 2%. Essas alterações vão afetar o relatório de receitas da União, já que os parâmetros econômicos interferem diretamente na expectativa de arrecadação do Governo. Com isso, a votação do relatório, prevista para terça-feira, terá que ser adiada. O relator, deputado Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul, afirmou que precisará modificar seu parecer e pretende apresentá-lo na quarta-feira. Para ele, as mudanças refletem um esforço do Governo de apresentar um relatório mais próximo da realidade. 

(Paulo Pimenta) “Quando tu corrige a meta de inflação, quando tu estabelece uma meta de crescimento do PIB mais factível, quando tu reduz a tua meta de superávit, tu aponta para a sociedade um esforço de fazer um orçamento mais próximo do que pode acontecer. E esse esforço não deve ser só do Executivo. A gente vai poder, inclusive, abrir um espaço mais profícuo de diálogo com a própria oposição.” 

(Repórter) Já o senador Flexa Ribeiro, do PSDB do Pará, acredita que, apesar da redução, os números continuam destorcidos e que o PIB não terá o crescimento esperado pelo Governo. 

(Flexa Ribeiro) “Lamentavelmente achamos que não vai atingir isso, como não atingiu em 2014. A receita tem que ser reduzida da que foi encaminhada pelo Executivo, ainda mais agora. Já tinha que diminuir, porque ela já tava superestimada. Agora tem que diminuir mais ainda. O Brasil tá crescendo que nem rabo de cavalo: para baixo.” 

(Repórter) As alterações devem atrasar a tramitação da proposta orçamentária de 2015, que precisa ser votada até 22 de dezembro.
05/12/2014, 05h48 - ATUALIZADO EM 05/12/2014, 05h48
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