Projeto restabelece a doação presumida de órgãos — Rádio Senado

Projeto restabelece a doação presumida de órgãos

LOC: AMANHÃ É O DIA NACIONAL DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS. E DADOS DIVULGADOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE MOSTRAM QUE O NÚMERO DE DOADORES CRESCEU 90 POR CENTO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS E A LISTA DE ESPERA CAIU PELA METADE. 

LOC: O TEMPO PARA RECEBER UM ÓRGÃO PODERÁ SER AINDA MENOR CASO VIRE LEI UM PROJETO QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO NO SENADO QUE DETERMINA A "DOAÇÃO PRESUMIDA DE ÓRGÃOS". OS DETALHES COM O REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: A doação presumida de órgãos diz que toda pessoa é doadora exceto no caso de manifestação prévia em contrário. Essa inversão da lógica atual, na avaliação do autor da proposta, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, vai diminuir ainda mais o tempo de espera para um transplante. 

(HUMBERTO): esse modelo, que é aplicado em outros países, e que tem contribuído para que tenhamos o incremento importante das doações e uma mudança significativa da cultura das pessoas em relação a esse tema que às vezes é tabu, que é a doação de órgãos. 

(REPÓRTER): Uma lei de 97 já havia instituído a doação presumida de órgãos, mas a medida não vingou. Uma série de questionamentos acabou fazendo o governo voltar atrás. Mas Humberto Costa, que foi ministro da Saúde no governo Lula, acredita que a sociedade está mais madura para aceitar essa nova mentalidade. 

(HUMBERTO): Não há mais o mesmo preconceito que havia, uma visão de que alguém poderia se tornar doador involuntariamente e sem necessidade ou em prejuízo de si próprio. Mas o que mudou era uma certa dificuldade a uma cultura de generosidade muito mais do ponto de vista não do risco, mas de não haver o entendimento da importância da doação, razões de ordem religiosa. 

(REPÓRTER): O projeto de lei do senador Humberto Costa já foi votado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, onde recebeu uma modificação e a doação deixou de ser presumida e passou a ser consentida. Ou seja, a pessoa precisa manifestar o desejo de ser doadora. Por outro lado, bastaria essa manifestação e não mais a autorização da família, como é hoje. A proposta seguiu para votação nas Comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Sociais, que poderão retomar o espírito original, de doação presumida, ou seguir a orientação da CDH de doação consentida.
26/09/2014, 12h18 - ATUALIZADO EM 26/09/2014, 12h18
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