Cristovam vai priorizar uso medicinal no debate sobre liberação da maconha — Rádio Senado

Cristovam vai priorizar uso medicinal no debate sobre liberação da maconha

LOC: O SENADOR CRISTOVAM BUARQUE DISSE, EM ENTREVISTA AO PROGRAMA CONEXÃO SENADO, DA RÁDIO SENADO, QUE ESTÁ CONVENCIDO DA NECESSIDADE DE REGULAMENTAR O USO MEDICINAL DA MACONHA. 

LOC: ELE VAI SEPARAR EM DUAS PARTES A PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO DA DROGA. SEGUNDO ELE, A DISCUSSÃO SOBRE O USO RECREATIVO PODE ESPERAR. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: Depois de ouvir especialistas, pais e mães de filhos com recomendação médica para o uso de derivados da maconha, o senador Cristovam Buarque disse que está certo de que a regulamentação do uso medicinal da droga é urgente. O senador do PDT do Distrito Federal é relator da sugestão popular - assinada por 20 mil pessoas -, que pede a regulamentação do uso medicinal, recreativo e industrial da maconha. O texto em análise na Comissão de Direitos Humanos prevê que seja considerado legal "o cultivo caseiro, o registro de clubes de cultivadores, o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e a regularização do uso medicinal". Cristovam adiantou que vai dividir os temas, e apresentar o primeiro parecer em poucas semanas. 

(Cristovam Buarque) Eu vou separar e fazer um relatório, que não vai demorar, sobre o uso medicinal. O uso recreativo vai demorar, sim, é preciso ouvir muito mais gente. A diferença entre um e outro é que quem usa para fins medicinais não pode esperar. Temos que decidir rapidamente se essas pessoas terão acesso a melhorar a qualidade de vida ou não. Então isso é urgente. 

(Repórter) Cristovam Buarque não vê previsão, no entanto, para a liberação do uso recreativo. 

(Cristovam Buarque) Há pontos que ainda não estou convencido. Primeiro, se a maconha usada para fins de divertimento é uma porta de entrada ou não para outras drogas. Segundo, se a regulamentação para com o tráfico, pelo menos relacionado à maconha. Terceiro, qual a reação da população? Como é que a população se sentiria vivendo em um país onde a maconha é regulamentada.

(Repórter) O senador negou, no entanto, que separar as duas questões significa abandonar a discussão sobre o uso recreativo. Ele quer continuar o debate, mas sem a urgência da necessidade médica dos pacientes que precisam dos derivados da maconha.
27/08/2014, 06h49 - ATUALIZADO EM 27/08/2014, 06h49
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