CDH debate violência contra jornalistas e profissionais da comunicação — Rádio Senado

CDH debate violência contra jornalistas e profissionais da comunicação

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DEBATEU NESTA TERÇA-FEIRA A VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS E DEMAIS PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO. 

LOC: OS PARTICIPANTES DEFENDERAM A FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES CONTRA ESSES PROFISSIONAIS, MELHOR TREINAMENTO DOS POLICIAIS E PROTEÇÃO NA COBERTURA DE MANIFESTAÇÕES E CONFLITOS. REPÓRTER NARA FERREIRA:  

TÉC: A presidente da Comissão de Direitos Humanos, senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, citou levantamento da ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras segundo o qual cinco jornalistas foram mortos em 2013 no Brasil, que se tornou o país nas Américas com o maior número de profissionais mortos no exercício do jornalismo. Ana Rita lembrou ainda que, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, em 2013 houve um aumento no numero de agressões: foram 83. 

(ANA RITA) Nós sabemos que o período da ditadura ceifou a vida de muitos profissionais da comunicação e ainda hoje profissionais continuam perdendo as suas vidas em pleno exercício de sua profissão. 

(REPÓRTER) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, afirmou que a violência contra a imprensa parte de um grande equívoco. 

(PAIM) Não querer a media cobrindo as manifestações para mim é um equívoco histórico que nós não podemos concordar. A media cumpre um papel fundamental na divulgação. Podemos até discordar às vezes, mas faz parte da democracia, como é democrático também os movimentos sociais irem para a ruas. 

(REPÓRTER) Para o diretor da Fenaj, José Carlos Torves, a agressão está na cultura brasileira de não discutir o papel da mídia. 

(TORVES) Não discutir a questão dos conteúdos, a responsabilidade de toda a sociedade brasileira e o jornalista acaba sendo confundido com o dono do veículo. Se não se agrada do que é veiculado num determinado veículo, a agressão ocorre diretamente ao profissional que está fazendo a cobertura.

(REPÓRTER) Ele lembrou recomendação da OEA para que policiais militares sejam treinados e que os repórteres recebam equipamentos de segurança. Também defendeu o projeto de lei que está na Câmara dos Deputados para que os crimes contra jornalistas passem a ser investigados pela Polícia Federal. Theo Rocheford, diretor da ABERT, ressaltou que é preciso reduzir a impunidade

(THEO) Não é possível que casos corriqueiros regulares de violência, seja uma simples agressão, um assassinato ou sequestro fiquem perdidos sem nenhuma conclusão. Isso só reforça a ideia de que vale a pena defender seus interesses da forma mais violenta possível no Brasil. E um dos caminhos para mudar isso defendemos que é a federalização. a atuação mais qualificada das polícias. 

(REPÓRTER) Também participou do debate Paulo Henrique Santarém, representante do movimento Passe Livre. Da Rádio Senado, Nara Ferreira.
01/04/2014, 12h50 - ATUALIZADO EM 01/04/2014, 12h50
Duração de áudio: 02:13
Ao vivo
00:0000:00