CDH debate casos de pessoas desaparecidas em comunidades pobres — Rádio Senado

CDH debate casos de pessoas desaparecidas em comunidades pobres

LOC: CASOS DE DESAPARECIMENTOS DE MORADORES NAS COMUNIDADES POBRES FOI TEMA DE AUDIENCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS NESTA SEGUNDA-FEIRA.
 
LOC: SENADORES E ESPECIALISTAS AVALIARAM CASOS COMO DE AMARILDO DE SOUZA E CLÁUDIA FERREIRA, VITIMAS DE AÇÕES DA POLICIA. REPORTAGEM DE ANA BEATRIZ SANTOS.

(Repórter) A pedido da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, a senadora Ana Rita do PT do Espírito Santo solicitou a audiência pública. O tema Desaparecidos da Democracia é o mesmo nome da campanha lançada no ano passado pela instituição em apoio às famílias de vítimas de casos de desaparecimentos, que busca denunciar os abusos da Polícia Militar, a utilização de autos de resistência e a institucionalização da violência. Para a senadora Ana Rita, o desaparecimento deixa marcas profundas nas famílias e na sociedade.
 
(Ana Rita) Tenho dito que o desaparecimento é mais dolorido que a própria morte, porque o desaparecimento traz a dor das incertezas sobre as circunstâncias que cercam o desaparecimento. 

(Repórter) O procurador federal dos direitos do cidadão Aurélio Rios, defendeu o fim dos registros de auto de resistência. Ele ainda sugeriu que os policiais envolvidos na ação sejam impedidos de prestar o socorro à vítima, e o SAMU seja acionado.
 
(Aurélio Rios) Até porque muitas das pessoas morrem curiosamente com trajetos muito interessantes, o confronto se dá a dez minutos do hospital mais próximo e se leva uma hora, uma hora e meia para chegar ao hospital. E se chega exatamente no ultimo suspiro em que não se pode fazer mais nada. Pronto se desmontou o cenário do crime, já se em principio prestou socorro e ao medico caberá somente fazer o registro do óbito e aí as conseqüências ficam pros familiares. 

(Repórter) O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, lembrou que mesmo com o fim da ditadura, os direitos civis ainda são inacessíveis para os brasileiros pobres.
 
(João Capiberibe)  Mas os pobres que são maioria da sociedade brasileira ainda não tem o sistema de proteção e suas casas são invadidas, continuam os desaparecimentos, o caso emblemático o caso do pedreiro Amarildo que até hoje não se sabe, isso acaba simbolizando os milhares de desaparecimentos depois da democracia.
 
(Repórter) Representantes do Ministério da Justiça que participaram da reunião explicaram que em 2015 está prevista a unificação nacional dos dados sobre o desaparecimento de crianças e adultos. O registro vai ficar disponível no INFOSEG, um sistema de compartilhamento de informações sobre crimes, disponível para as policias de todos os estados. A intenção é que as informações sobre desaparecidos tenham acesso livre para todos os cidadãos.
31/03/2014, 02h33 - ATUALIZADO EM 31/03/2014, 02h33
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