CAE debate preços dos automóveis no Brasil — Rádio Senado

CAE debate preços dos automóveis no Brasil

LOC: O BRASILEIRO PAGA CARO PELO AUTOMÓVEL E NÃO TEM EM TROCA A QUALIDADE DESEJADA.  

LOC: A COMPOSIÇÃO DOS PREÇOS E A POLÍTICA DAS MONTADORAS E DAS REVENDAS DE CARROS FORAM DEBATIDAS NESTA TERÇA-FEIRA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS. REPORTAGEM, NILO BAIRROS: 

(Repórter) A jornalista Angela Crespo, especializada em consumo, afirmou que na comparação com outros setores o de automóveis têm poucas reclamações nos procons. Mas isso, segundo ela, não significa que o consumidor esteja satisfeito. E um dos grandes problemas está no pós-venda, quando o comprador precisa de assistência. Angela Crespo conta que alguns clientes chegam a ficar 50 dias sem o carro porque faltam peças de reposição: 

(Angela Crespo) Pelo código de defesa do consumidor, lá no artigo 18, diz que o prazo para reforma em garantia é de 30 dias. E aí eu não entendo porque o setor automotivo não respeita esse artigo. Todos os demais setores são obrigados a consertar o produto em 30 dias, mas o carro não. 

(Repórter) Mas o preço dos veículos foi o assunto mais debatido. O secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, João Vicente da Silva Caires, negou que o problema seja a mão de obra. Segundo ele, o custo com pessoal no Brasil é de no máximo oito por cento. O presidente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes, Luiz Moan, disse que o maior vilão é a carga tributária, que, segundo ele, pode chegar à metade do preço final. Também negou que no Brasil as montadoras têm margem de lucro exagerada. Segundo Luiz Moan, entre 2003 e 2011 o lucro das fábricas no país foi de 2,9%, enquanto a média mundial foi de 3,1%. Já o presidente da Federação que reúne as concessionárias de veículos, Fenabrave, Flávio Meneguetti disse que a margem de lucro praticada no Brasil vem baixando e que hoje chega a cinco por cento para alguns tipos de veículos. A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, autora do pedido de audiência, sugeriu a concessionárias e montadoras que informem esses dados aos clientes: 

(Ana Amélia) Penso que a exposição realizada demonstra que há uma desinformação muito grande sobre essa cadeia produtiva. Há uma desinformação sobre os direitos do consumidor também. E talvez a concessionária ou mesmo a montadora deva ter um grau de relacionamento, deve ter um Call Center um SAC, serviço de atendimento ao consumidor. 

(Repórter) A senadora também se mostrou preocupada com o grande volume de recalls, que são as chamadas para consertos de peças com problema de fabricação. Só nos últimos oito anos foram mais de sete milhões de recalls, quase um milhão de veículos por ano. E o pior é que mais de um terço dos proprietários não atenderam aos chamados, o que aumenta o risco de acidentes nas ruas.
25/02/2014, 08h25 - ATUALIZADO EM 25/02/2014, 08h25
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