Subcomissão vai pedir detalhes sobre ossadas encontradas em Belém — Rádio Senado

Subcomissão vai pedir detalhes sobre ossadas encontradas em Belém

LOC: A SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA MEMORIA VERDADE E JUSTIÇA VAI PEDIR AO GOVERNO FEDERAL DETALHES SOBRE AS OSSADAS ENCONTRADAS EM BELÉM. 

LOC: EXISTEM INDÍCIOS DE QUE ELAS PERTENÇAM A DESAPARECIDOS DA GUERRILHA DO ARAGUAIA. O ASSUNTO FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA TERÇA FEIRA. REPÓRTER ANA BEATRIZ SANTOS. 

TÉC: O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, vai encaminhar ao Ministério da Justiça as informações sobre o caso das ossadas encontradas no Forte do Castelo em Belém, e pedir esclarecimentos sobre o paradeiro desse material. Segundo Paulo Fonteles Junior, da Comissão Paraense da Verdade, as ossadas podem ser de militantes desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. A comissão estadual colheu depoimentos de testemunhas da Guerrilha que relatam que presos políticos mortos pelo regime foram enterrados no local. Antes de ser um complexo cultural, o Forte do Castelo serviu de sede da quinta companhia de guarda do exercito. Em 2002 um grupo de operários que trabalhavam no local encontraram ossos humanos que foram retirados por agentes da ABIN, a Agência Brasileira de Informação. Fonteles Junior explicou aos senadores que a agência não divulga informações sobre o caso. 

(Paulo Fonteles Junior) Então esse memorial ele traz todas as informações, um fato novo desse processo todo é que soldados que montaram guarda no forte na década de 90 confirmam de fato o encontro desse material e nos queremos saber onde é que foram parar essas ossadas.

(REPÓRTER) Paulo Fonteles e Maria Rita Kehl, integrante da Comissão Nacional da Verdade, relatam que a direção da ABIN no Pará é composta por agentes que fizeram parte dos serviços de informação e repressão durante o período militar, e por isso, o acesso aos dados ainda é difícil. O senador João Capiberibe, classificou as ações da ABIN no Pará para dificultar investigações sobre os desaparecidos de "Estado Clandestino". Na opinião dele, para consolidar a democracia, é preciso acabar com essas práticas. 

(João Capiberibe) “pra esse grupo armado clandestino não tem limites, não há limites pra essa gente. Temos que tratar de desmontar, e insistir nessa direção e o poder executivo, aja com mais precisão, com mais decisão.“ 

(REPÓRTER) Além de Paulo Fonteles Junior e de Maria Rita Kehl, a subcomissão convidou representantes da ABIN para participar da audiência pública, mas a instituição não enviou servidor. A subcomissão vai pedir ao Ministério da Justiça e à Presidência da Republica que a agência encaminhe por escrito os esclarecimentos sobre as denúncias.
17/12/2013, 01h05 - ATUALIZADO EM 17/12/2013, 01h05
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