Comissões debatem o papel da Mídia Ninja e do Coletivo Fora do Eixo — Rádio Senado

Comissões debatem o papel da Mídia Ninja e do Coletivo Fora do Eixo

LOC: MOVIMENTOS COMO O COLETIVO FORA DO EIXO E A MÍDIA NINJA ESTÃO REVOLUCIONANDO OS CONCEITOS DA PRODUÇÃO CULTURAL E DA ORGANIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.  

LOC: ESSA É UMA DAS CONCLUSÕES DA AUDIÊNCIA CONJUNTA DAS COMISSÕES DE EDUCAÇÃO E DE DIREITOS HUMANOS, QUE DEBATEU O TEMA. REPÓRTER NILO BAIRROS: 

(Repórter) Nascido há pouco mais de dez anos, o Coletivo Fora do Eixo se fortaleceu diante dos problemas de divulgação da cultura no Brasil. Organizou selo para distribuição de música, banca para venda, radioweb, agência de notícias e até moeda paralela para o pagamento de serviços. O movimento organiza shows, recebe e paga artistas graças ao diálogo com o Ministério da Cultura. Além da cultura, o movimento assumiu uma forma jornalística com a criação da Mídia Ninja, que se destacou na cobertura, em tempo real, das manifestações ocorridas em junho em todo o país. Ao falar do assunto, o idealizador do Coletivo, Pablo Capilé, criticou a criminalização dos movimentos e defendeu a democratização da mídia: 

(Pablo Capilé)  Tem uma grande concentração, de investimento público, inclusive, nos grandes meios de comunicação. Então, você, em determinado momento, para fazer o enfrentamento dessa nova lógica de se produzir cultura no país, você tem que fazer o enfrentamento direto com uma grande mídia que muitas vezes pauta a ordem do dia do congresso e do governo federal. 

(Repórter) Para a doutora em Comunicação Ivana Bentes, o Coletivo Fora do Eixo e outras formas de organização horizontal dos jovens são um novo laboratório de mundo e as instituições deveriam aprender com eles: 

(Ivana Bentes) O estado brasileiro, a universidade brasileira tem que parar e observar esses laboratórios de mundo, porque a solução virá de nós para nós, a solução está sendo criada nas periferias, com o hip hop, o funk, com os coletivos, com os projetos como as redes da juventude, onde os garotos inventam seu trabalho, ou seja, eles inventam a vida. 

(Repórter) Ivana Bentes também reivindicou a aprovação urgente, pelo Senado, da Lei da Cultura Viva, eleita duas vezes prioridade pela Conferência Nacional de Cultura. O senador Randolfe Rodrigues, do Psol do Amapá, prometeu empenho para que o projeto seja logo votado: 

(Randolfe Rodrigues) Esse projeto deu entrada aqui no senado no último outubro e vai tramitar em três comissões, comissão de constituição e Justiça, Comissão de assuntos econômicos e, por fim, aqui a comissão de educação. Depois vai ao plenário. Como eu sou da CCJ, iremos pedir ao senador Vital do Rego presidente da comissão, para que possamos assumir a relatoria desse projeto. 

(Repórter) Também participaram do debate o representante da Agência de Redes para a Juventude, Marcus Faustini, e o Produtor Cultural Claudio Prado.
04/12/2013, 05h33 - ATUALIZADO EM 04/12/2013, 05h33
Duração de áudio: 02:54
Ao vivo
00:0000:00