Especialistas em petróleo criticam leilão de campo no pré-sal — Rádio Senado

Especialistas em petróleo criticam leilão de campo no pré-sal

LOC: ESPECIALISTAS EM PETRÓLEO CRITICARAM A ABERTURA DE LEILÃO DO CAMPO DE LIBRA E AFIRMARAM QUE O PROCESSO PODE SER OBJETO DA ESPIONAGEM NORTE-AMERICANA. 

LOC: EM AUDIÊNCIA CONJUNTA NO SENADO, ELES DEFENDERAM QUE A PETROBRAS FAÇA A EXPLORAÇÃO DA ÁREA. A REPORTAGEM É DE NILO BAIRROS:  

(Repórter) O maior campo de petróleo descoberto nos últimos 20 anos, o de Libras, no litoral do Rio de Janeiro, deve ir a leilão no dia 21 de outubro. Só esse campo do pré-sal deve responder por um quarto de todo o volume de 60 bilhões de barris em reservas brasileiras descobertas. Mesmo assim, o leilão não despertou o interesse de nenhuma das gigantes petroleiras norte-americanas. Mas para o engenheiro Fernando Siqueira, vice-presidente da Aepet, a Associação de Engenheiros da Petrobras, a explicação é outra: elas estariam associadas a empresas européias, e teriam preferido não mostrar a cara em razão das denúncias de espionagem do governo dos Estados Unidos, fato que despertaria o risco de cancelamento do leilão. Fernando Siqueira citou declaração do ex-espião Edward Snowden de que os dados sobre a Petrobras são compartilhados com empresas de outros quatro países, Inglaterra, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, que fariam parte de um cartel: 

(Fernando Siqueira) Portanto, as irmãs européias têm acesso a todos os dados que as norte-americanas têm. Daí eu tirei a boa hipótese de que a ausência das petroleiras é a questão da espionagem, que poderia cancelar o leilão, então saíram as americanas, mas ficaram as européias, Shell, Repsol, Total Fina Elf, todas pertencentes ao mesmo grupo, Rotshild Rockfeller, e “desacirrou” um pouco a disputa. 

(Repórter) O outro debatedor, o mestre em engenharia industrial Paulo Smith Metri deu mais argumentos para que o campo de petróleo seja explorado pela Petrobras e não por empresas estrangeiras: maior retorno em investimentos sociais e uma carta na manga para negociar conquistas como a sonhada cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas: 

(Paulo Smith) Se nós optarmos por entregar à Petrobras será mais interessante para a sociedade, o impacto social será muito maior, além de outras vantagens, mais petróleo será possuído pelo estado brasileiro que poderá utilizá-lo como elemento de negociação em acordos internacionais. 

(Repórter) O senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, que presidiu a audiência, lamentou que o governo, mesmo diante dos convites, não tenha enviado seus representantes para o debate. 
26/09/2013, 08h27 - ATUALIZADO EM 26/09/2013, 08h27
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