Autoridades criticam forma como o Orçamento é gasto — Rádio Senado

Autoridades criticam forma como o Orçamento é gasto

LOC: O BRASIL GASTA MAL SEU ORÇAMENTO E NÃO PROJETA INVESTIMENTOS DE LONGO PRAZO. 

LOC: ESSA FOI A CONCLUSÃO DO DEBATE DA SUBCOMISSÃO QUE ANALISA MUDANÇAS ESTRUTURAIS E DE LONGO PRAZO NA ECONOMIA BRASILEIRA. REPORTAGEM, NILO BAIRROS:  

(Repórter) O orçamento reflete como a sociedade quer ver aplicados os recursos de seus impostos. No Brasil, essa conta está apertada por conta do pagamento de pessoal, incluindo a Previdência, que consome cerca de 75% do bolo orçamentário. Já a Saúde e a Educação, somadas, ficam com 14% do orçamento. O custo da folha foi criticado pelo economista Raul Velloso. Crítico de programas de inclusão social, ele também afirmou que o Brasil é o único país que mantém cerca de 50% da população dependente de transferências do governo. Já o cenário apresentado pelo representante do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Cláudio Hamilton dos Santos, mostra que, junto com a distribuição de renda, o Brasil viu crescer nos últimos anos a tributação sobre a renda. Só na última década, o brasileiro pagou mais 3,89% do PIB, o produto interno bruto, em tributos. Outro convidado, o ex-presidente do IPEA, Fernando Rezende Silva, afirmou que o orçamento brasileiro sofre de miopia, porque não enxerga adiante. Ele também criticou a forma como o dinheiro é distribuído, pois não permite que os municípios ofereçam as mesmas oportunidades aos cidadãos. Para mudar isso, ele sugeriu um debate estratégico no Congresso sobre o que o país deseja em 20 ou 30 anos. O presidente da subcomissão, senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, mostrou preocupação com o formato atual do orçamento e resumiu as sugestões dos debatedores: 

(Cristovam Buarque) O orçamento é uma peça que está pronta, seja pelas exigências da lei, seja por uma tendência que amarra o orçamento de cada ano aos problemas do passado. Três coisas precisariam, três objetivos: um orçamento para a competitividade; segundo, um orçamento para melhoria social com distribuição de renda sustentável no longo prazo; e, terceiro, um orçamento comprometido com a estabilidade da moeda. 

(Repórter) Cristovam Buarque também recebeu, como contribuição, estudos dos debatedores. A subcomissão, criada para analisar medidas estruturais e de longo prazo para o país, faz parte da Comissão de Assuntos Econômicos. 
26/08/2013, 09h49 - ATUALIZADO EM 26/08/2013, 09h49
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