CRE discute espionagem com representantes do Google, Facebook e Microsoft — Rádio Senado

CRE discute espionagem com representantes do Google, Facebook e Microsoft

LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DEVE DISCUTIR UMA NOVA LEGISLAÇÃO PARA A JUSTIÇA SOLICITAR INFORMAÇÕES SOBRE A ESPIONAGEM AMERICANA EM PESSOAS QUE MORAM NO BRASIL.

LOC: OS SENADORES RECEBERAM NESTA QUINTA-FEIRA REPRESENTANTES DAS EMPRESAS FACEBOOK, GOOGLE E MICROSOFT, QUE NEGARAM QUALQUER TIPO DE COLABORAÇÃO COM O ESQUEMA. OS DETALHES NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA.

TEC.: A Comissão de Relações Exteriores reuniu-se com representantes das empresas Facebook, Google e Microsoft, que negaram colaborar com o esquema de espionagem feito pelo governo dos Estados Unidos sobre cidadãos de diversas partes do globo terrestre. Afirmaram apenas que analisam cada pedido que recebem das autoridades daquele país caso a caso, assim como fazem com autoridades brasileiras, quando são solicitados sobre a abertura dos dados de seus usuários. Mas não negaram que o monitoramento deste esquema de espionagem sobre milhões de pessoas seja possível, embora considerem improvável, precisando que se investigue com mais profundidade o papel das empresas de telecomunicações. E este será o próximo passo da Comissão, que se reunirá em data ainda a ser definida com representantes das empresas brasileiras que, segundo documentos revelados pelo ex-agente Edward Snowden, teriam colaborado com o esquema de espionagem. O presidente da Comissão, senador Ricardo Ferraço do PMDB do Espírito Santo, lembrou também que o Tribunal dos Estados Unidos que analisa a política de inteligência daquele país não tem transparência alguma. Por isso, a Comissão vai trabalhar agora numa legislação para que a justiça brasileira tenha acesso a informações de usuários de nosso país que estejam sendo investigados.

(Ricardo Ferraço): Olhando para algumas experiências internacionais, aperfeiçoar a Legislação brasileira pra conceder aos nossos Tribunais algum tipo de autonomia e prerrogativa que ainda não conste na Legislação brasileira. As Leis norte-americanas, as decisões dos Tribunais, elas são reuniões clandestinas, não são reuniões públicas e as decisões também não são públicas. Então temos aí uma zona cinzenta bastante grande.

(Repórter): Ferraço também criticou fortemente o secretário de Estado norte-americano John Kerry, que visitou o Brasil nesta semana e confirmou o esquema de espionagem pela internet e telefônico feito em diversas partes do mundo com a justificativa de combater o terrorismo.

(Ricardo Ferraço): O combate ao terrorismo é apenas uma capa, é apenas um biombo pra acessar informações que não estejam relacionadas a terrorismo. Questões relacionadas a informações estratégicas, quebra de sigilo individual de pessoas que não tem relacionamento com terrorismo. A fala do Secretário me parece muito característico de quem se acha acima do bem e do mal, revelando toda uma característica arrogante.

(Repórter): A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional volta a se reunir na próxima semana.
15/08/2013, 02h31 - ATUALIZADO EM 15/08/2013, 02h31
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