Após manifestações, Câmara decide adiar votação da PEC 37 — Rádio Senado

Após manifestações, Câmara decide adiar votação da PEC 37

LOC: APÓS AS MANIFESTAÇÕES NAS RUAS, A CÂMARA DOS DEPUTADOS DECIDIU ADIAR A VOTAÇÃO DA PEC 37, QUE RETIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO O PODER DE INVESTIGAR CRIMES.  

LOC: VÁRIOS SENADORES CRITICARAM A MEDIDA E DEFENDERAM QUE A PROPOSTA FOSSE REJEITADA PELOS DEPUTADOS. REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

TÉC: O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves do PMDB do Rio Grande do Norte, chegou a marcar a data de 26 de junho, a próxima quarta-feira, para a votação da PEC 37. No entanto, o exame da matéria foi adiado e não existe mais a previsão de quando deverá retornar à pauta. A PEC 37, de autoria do deputado Lourival Mendes do PT do B do Maranhão, concentra nas Polícias Federal e Civil o poder de investigar crimes, retirando esta atribuição do Ministério Público. A proposta tem sido um dos principais alvos das manifestações que tomaram conta do país nas últimas semanas, com críticas de que favorece a impunidade e dificulta o combate à corrupção. O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, criticou o adiamento da votação. 

(CRISTOVAM BUARQUE): Quem sabe se não adiaram pra acalmar, deixa esse povo voltar pra casa e aí vão trazer de volta a PEC 37. Eu temo isso, o que seria uma traição, uma grande traição à juventude brasileira. 

(REPÓRTER): Pedro Taques do PDT do Mato Grosso também manifestou que preferia ver a proposta rejeitada. 

(PEDRO TAQUES): Amarelaram lá na Câmara. Estão com medo do povo e vão retirar a PEC. Cada um tem que mostrar a sua cara. 

(REPÓRTER): Também o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, acredita que a Câmara preferiu por panos quentes na discussão do que enfrentá-la. 

(RANDOLFE RODRIGUES): Se colocou na Pauta pra votar tinha que ser votado e rejeitado. E sepultada. Não é adiando a discussão, fugindo da pressão das ruas, correndo da pressão das ruas que se responde o que vem das ruas. 

(REPÓRTER): Rodrigo Rollemberg do PSB do Distrito Federal acredita que a Câmara só tomou esta decisão por causa da pressão popular. 

(RODRIGO ROLLEMBERG): Já é uma reação à movimentação das ruas, que não quer a aprovação desta PEC. Esta é uma das bandeiras mais fortes da população porque reduz os poderes de investigação do Ministério Público, e com isto reduz a capacidade de combate à corrupção. 

(REPÓRTER): Walter Pinheiro, do PT da Bahia, defende que a PEC 37 seja barrada, mas acredita que o Congresso Nacional deveria trabalhar em conjunto com o Ministério da Justiça para redefinir as atribuições das Polícias e do Ministério Público. 

(WALTER PINHEIRO): Tirar uma Comissão com membros do Senado, da Câmara e do Ministério da Justiça, e que busque organizar ou colocar regras nas instituições. 

(REPÓRTER): A PEC 37 deve ser analisada pela Câmara dos Deputados e, se aprovada, deve ser votada pelo Senado.
21/06/2013, 12h39 - ATUALIZADO EM 21/06/2013, 12h39
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