Comissão debate falta de milho no mercado interno brasileiro — Rádio Senado

Comissão debate falta de milho no mercado interno brasileiro

LOC: SECA NO SUL E NO NORDESTE, MERCADO INTERNACIONAL AQUECIDO E FALTA DE INFRAESTRUTURA SÃO OS RESPONSÁVEIS PELA FALTA DE MILHO NO MERCADO INTERNO. 

LOC: ESSE FOI O CENÁRIO APRESENTADO POR ESPECIALISTAS, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL, NESTA QUARTA-FEIRA. A REPORTAGEM É DE ANA BEATRIZ SANTOS: 

TÉC: Tanto os estados do sul quanto os do nordeste reclamam que o milho produzido na região centro oeste na ultima safra não chegou aos produtores rurais que se dedicam à criação de gado, suínos e aves. No nordeste a situação é agravada pela forte seca que atinge a região, considerada a pior dos últimos cinqüenta anos. O presidente da sociedade rural brasileira e representante dos produtores de milho, Cesário Ramalho da Silva, explicou que o Brasil não tem estrutura para armazenar e nem para distribuir o excesso da produção. 

(Cesário Ramalho da silva) O que falta não é o milho,. O que falta é a logística. O Brasil é zero, é sucata a logística brasileira. É sucata!

(REPÓRTER) O secretário de agricultura do estado da Bahia e presidente do conselho nacional dos secretários de agricultura, Eduardo de Salles, alertou que falta uma ação efetiva da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, na compra e estocagem de grãos para regular o mercado e, hoje, o pequeno criador do nordeste não tem recursos para pagar 50 reais no saco de milho para alimentar a parte do rebanho que ainda não morreu. 

(Eduardo de Salles) Na nossa visão, o Brasil que quer chegar como celeiro do mundo, (...) ele necessita trabalhar uma questão básica que é a questão do abastecimento. Nós precisamos ter a Conab com um papel regulador. 

(REPÓRTER) A senadora Lidice da Matta, do PSB da Bahia, e autora do pedido de audiência pública, cobrou o empenho dos participantes da audiência para ajudar os pequenos produtores do nordeste, uma vez que a região corre o risco de ver a pecuária desaparecer do semi árido, região que mais sofre com a seca. 

(Lídice da Matta)  O que nos precisamos entender que isso precisa de um sentimento de força tarefa pra que não perca o resto do rebanho e não perca a possibilidade de sobrevivência do povo nordestino neste momento que a seca tem se agravado tanto.

(REPÓRTER) Os participantes da reunião disseram aos senadores da comissão que nos próximos 50 dias é mais fácil importar o milho da Argentina para o nordeste do que conseguir transportar o milho de Mato Grosso para as regiões atingidas pela seca, uma vez que todos os caminhões disponíveis estão envolvidos com o transporte da soja para os portos de Santos e de Paranaguá.
03/04/2013, 01h41 - ATUALIZADO EM 03/04/2013, 01h41
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