Alto preço de carros é causado por impostos, lucro elevado e legislação — Rádio Senado

Alto preço de carros é causado por impostos, lucro elevado e legislação

LOC: LEGISLAÇÃO ANTIQUADA, IMPOSTOS EM EXCESSO E LUCRO ABUSIVO DAS MONTADORAS SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO ALTO PREÇO DO CARRO VENDIDO NO BRASIL.

LOC: ESSE TEMA FOI DISCUTIDO, NESTA QUARTA-FEIRA, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS. A REPORTAGEM É DE ANA BEATRIZ SANTOS. 

(Repórter) A Comissão de Assuntos Econômicos convidou para uma audiência pública representantes dos Ministérios da Fazenda, da Justiça e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e também das fabricantes de autopeças e veículos automotores. A intenção é saber por que o carro vendido no Brasil é duas vezes mais caro que os mesmos modelos comercializados em outros países. Os participantes destacaram o excesso de impostos e a elevada taxa de lucro dos fabricantes de veículos, que chega a ser quase o dobro da margem praticada nos países de origem de algumas montadoras. Além desses fatores, o representante do Ministério Público, Antonio Carlos Fonseca da Silva, coordenador da Câmara do Consumidor e Ordem Econômica, mencionou a existência de uma lei de 1979, a Lei Ferrari, como um dos entraves à livre concorrência no setor.
 
(Repórter) O governo que tem várias medidas que o MP aplaude, de estimular a concorrência no setor automotivo, por um lado estimula qualidade concorrência, a inovação para o setor, mas por outro lado mantém uma lei que amarra a competição.

(Repórter) Segundo Antonio Carlos, a lei que foi criada para incentivar a venda de carros na década de setenta, agora serve para limitar uma série de iniciativa das revendedoras de carros, desde a compra de autopeças até o valor do frete cobrado no transporte dos veículos novos. Para o senador Edison Lobão Filho, do PMDB do Maranhão, que presidiu a audiência, é tempo de o governo fazer um estudo sério do setor para impedir que o consumidor brasileiro seja explorado pela indústria automotiva.
 
(Edison Lobão) O governo fica reduzindo o IPI em vez de fazer um estudo mais profundo e definitivo desse setor. O brasileiro que tem ânsia por consumir, tem média de renda, conseguiu financiamentos, quer consumir bens e serviços o brasileiro está passando por cima de tudo isso e comprando e comprando mau.
 
(Repórter) A autora do requerimento para a audiência, senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, lamentou que a ANFAVEA, que representa as fábricas de automóveis, não tenha enviado nenhum representante para participar da reunião.
05/12/2012, 02h33 - ATUALIZADO EM 05/12/2012, 02h33
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