Relatório da ONU revela avanço da participação feminina na política — Rádio Senado

Relatório da ONU revela avanço da participação feminina na política

LOC: RELATÓRIO DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS ASSENTAMENTOS HUMANOS - ONU-HABITAT - REVELA QUE A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA VEM CRESCENDO NA ÚLTIMA DÉCADA.

LOC: NO BRASIL, A COTA DE 30% PARA CANDIDATURAS FEMININAS EM TODOS OS PARTIDOS E COLIGAÇÕES ESTIMULOU A PARTICIPAÇÃO DE MULHERES NA POLÍTICA, MAS PARA A SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN, É PRECISO AVANÇAR MAIS. REPÓRTER NARA FERREIRA.

TÉC: Segundo o relatório da ONU, o número de vereadoras na América Latina e Caribe já alcança 22%. Em 1999, as mulheres ocupavam apenas 14% do total de vagas nos legislativos locais. Os países que implementaram leis de ação afirmativa são os que apresentaram os maiores avanços. O relatório destaca que o fato de Brasil, Argentina e Costa Rica terem mulheres presidentes mostra a crescente atuação feminina na política. No Congresso Nacional, o Brasil fica atrás da Argentina, Chile e Uruguai no percentual de mulheres parlamentares. A presença feminina hoje é de cerca de 10 por cento – são 9 senadoras entre as 81 vagas no Senado, e 54 deputadas federais para 513 assentos na Cãmara. Em 2009, nova lei eleitoral fixou cota de 30 por cento de candidaturas femininas em cada partido ou coligação. E 5% do fundo partidário devem ser destinados para a formação política das mulheres. A senadora Vanessa Grazziotin adverte que é preciso avançar mais.

(GRAZZIOTIN 1) Não temos uma legislação ruim, mas não é completa. Infelizmente precisamos lançar mão da legislação para buscarmos essa equidade, ou pelo menos uma proximidade na representatividade que tem mulheres em relação aos homens.

(REP) A senadora do PCdoB do Amazonas cita algumas razões para a dificuldade de participação feminina na política:

(GRAZZIOTIN 2) Primeiro, a própria dificuldade da mulher de se candidatar. Ela não se candidata não porque não quer, porque não gosta de política, a maioria delas é submetida a tripla jornada de trabalho que lhes tira a possibilidade de atividade pública...além de trabalhar fora tem que desenvolver sozinha as tarefas domesticas...que tempo essa mulher vai fazer política? E digamos que ela tenha tempo, ai encontra barreira no marido, que não gosta que ela participe nem de movimento sociais, quanto mais de partido político que ainda é sinônimo de ambiente masculino. ela não tem apoio nenhum.

(REP) As mulheres só conseguiram o direito a voto no Brasil em 1932. Mesmo assim, a lei permitia o voto de mulheres casadas com autorização do marido, ou viúvas e solteiras com renda própria. Somente em 1946 o voto feminino se tornou obrigatório, como dos homens.
22/08/2012, 01h38 - ATUALIZADO EM 22/08/2012, 01h38
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