Sarney lembra que Cádis inspirou emancipação da América Latina — Rádio Senado

Sarney lembra que Cádis inspirou emancipação da América Latina

LOC: O SENADO E A SECRETARIA IBERO-AMERICANA REALIZAM SEMINÁRIO PARA COMEMORAR OS DUZENTOS ANOS DA CONSTITUIÇÃO ESPANHOLA DE CÁDIS, UMAS DAS PRIMEIRAS CARTAS MAGNAS MODERNAS DO MUNDO. 

LOC: O PRESIDENTE JOSÉ SARNEY DESTACOU QUE A CONSTITUIÇÃO DE CÁDIS FEZ COM QUE OS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA INICIASSEM OS MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

TÉC: A cidade de Cádis, localizada no Sul da Espanha, conseguiu resistir à invasão de Napoleão Bonaparte. Para provarem que não se renderiam à supremacia francesa, as chamadas cortes extraordinárias reunidas em Cádis promulgaram em 18 de março de 1812 uma Constituição moderna baseada no liberalismo e iluminismo. No seminário realizado para comemorar os 200 anos da legislação espanhola, o presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, destacou que a Constituição de Cádis previu uma série de garantias individuais numa época de países colonizados. 

(Sarney1) A Constituição de Cádis é uma Constituição extraordinária porque ela começa num tempo em que não tinha imprensa a defender a liberdade de imprensa, o habeas corpus, o direito de propriedade, a não intervenção do governo na vida particular das pessoas. Ela iniciou a verdadeira cidadania.  

REP: José Sarney destacou ainda que a Constituição de Cádis inspirou a Constituição de Portugal e dos países da América Latina, que deram início ao seu processo de independência. 

(Sarney2) Em relação à América, os colonos da América, que aqui estavam, ela considerou todos espanhóis. Ao mesmo tempo, isso fez com que se desencadeasse na América Latina inteira um movimento pela independência dos países. Eles todos foram países que a independência visava sempre ter como base uma Constituição baseada nesses princípios liberais. Por isso, estamos aqui 200 anos depois lembrando a Constituição de Cadis. 

REP: O presidente do Senado lembrou que a Constituição de Cádis vigorou por 24 horas no Brasil pelo que chamou de "vacilo". Em meio à indefinição sobre quem retornaria para Portugal após a queda de Napoleão, o Rei Dom João VI adotou a Constituição Liberal. Mas alertado, revogou a lei no dia seguinte ao perceber que a legislação era contrária aos poderes da monarquia. Participaram do seminário no Senado o secretário-geral da Secretaria Geral Ibero Americana, Enrique Iglesias; o diretor do Centro de Estudos Políticos e Constitucionais da Espanha, Benigno Pendas, e o vice-reitor da Universidade do Legislativo, Carlos de Souza.
20/08/2012, 01h41 - ATUALIZADO EM 20/08/2012, 01h41
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