Senado decreta a perda do mandato de Demóstenes — Rádio Senado

Senado decreta a perda do mandato de Demóstenes

LOC: O SENADO DECRETOU NESTA QUARTA-FEIRA A PERDA DO MANDATO DE DEMÓSTENES TORRES.

LOC: É A SEGUNDA VEZ NA HISTÓRIA QUE UM SENADOR TEM O MANDATO CASSADO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA:

(José Sarney) Vou proceder a apuração: "Sim"; 56; 19 votos "não"; abstenção, cinco; total. 80. A resolução foi aprovada.

(Repórter) O presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, anunciou o resultado da votação à uma e 23 da tarde, depois de pouco mais de três horas de sessão. Com a aprovação do projeto de resolução que decreta a perda do mandato do senador goiano Demóstenes Lázaro Xavier Torres, que estava sem partido, ele não poderá disputar cargos eletivos até 2027: os seis anos e meio que lhe restariam do mandato mais oito anos. Os senadores consideraram que Demóstenes quebrou o decoro parlamentar pelas suas relações com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Prevaleceu a posição do relator do processo disciplinar no Conselho de Ética, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, que, da tribuna do Senado, afirmou que a conduta de Demóstenes foi incompatível com o exercício do mandato parlamentar.
 
(Humberto Costa) Se os eleitores do estado de Goiás soubessem das relações perigosas de Sua Excelência, será que o teriam mandado para cá? Eu creio que não. Por isso, a nós cabe responder, em nome do povo, para aqui fazer justiça e aplicar a democracia, ainda que isso nos constranja.
 
(Repórter) Também da tribuna, Demóstenes Torres negou que tivesse colocado o mandato a serviço de Carlinhos Cachoeira. Ele disse que não teve condições de produzir provas de que seria inocente porque o Senado teria feito um julgamento apressado, pressionado pela opinião pública.

(Demóstenes Torres) Eu quero esse direito! Por que a minha cabeça tem que rolar? Eu provei aqui várias vezes que sou inocente! Eu quero esse direito, eu quero o direito do tempo! Por que me negaram o direito da perícia? Era o único direito que eu tinha. Foi negado porque era preciso chegar ao dia de hoje com pressa. 

(Repórter) É a segunda vez na história que um senador perde o mandato por quebra do decoro parlamentar. A primeira foi em junho do ano 2000, quando Luiz Estevão, do PMDB do Distrito Federal, teve o mandato cassado pela acusação de envolvimento no desvio de 169 milhões de reais na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O caso havia sido investigado pela CPI do Judiciário.
11/07/2012, 02h58 - ATUALIZADO EM 11/07/2012, 02h58
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