Engarrafamentos são o grande desafio do setor de transportes — Rádio Senado

Engarrafamentos são o grande desafio do setor de transportes

LOC: OS ENGARAFFAMENTOS NAS GRANDES CIDADES SÃO O GRANDE DESAFIO PARA OS GESTORES PÚBLICOS NO SETOR DE TRANSPORTES.

LOC: ESSE ASSUNTO E OUTROS TEMAS RELACIONADOS AO "ESTATUTO DAS CIDADES" FORAM DISCUTIDOS PELA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS NA MANHÃ DESTA SEGUNDA-FEIRA. REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

(REPÓRTER) A Comissão de Direitos Humanos discutiu os 11 anos do "Estatuto das Cidades". O Gestor de Políticas Públicas e jornalista Carlos Penna lembrou que o grande debate em relação a este assunto, daqui em diante, será a opção que o Brasil fez e continua fazendo de privilegiar o transporte individual em vez do coletivo. Penna lembra que um dos poucos consensos em relação à "Rio+20" foi a insustentabilidade deste tipo de política, e lembra que a tendência mundial entre os Gestores, mas ainda não priorizada no Brasil, é buscar incentivos para os outros modais em detrimento do carro individual.

(CARLOS PENNA) As cidades estão entupidas, não cabem mais automóveis. Um metrô e um trem leva até 1.840 pessoas. As ciclovias: isto implica em termos grandes bicicletários, locais de aluguel de bicicletas e vestiários. Isto é uma coisa pro Plano Diretor das Cidades: ônibus elétricos, porque os ônibus elétricos eles tem um impacto muito baixo no meio ambiente, VLTs elétricos, vans elétricas, mais VLTs e monotrilhos.

(REPÓRTER) O Diretor da ONG "Rodas da Paz", Uirá Lourenço, lembra também que a política de incentivo apenas para o transporte individual tem gerado muitas mortes que poderiam ser evitadas.

(FELIPE LOURENÇO) O sucateamento do transporte coletivo, uma frota motorizada crescente. Vem crescendo o número de mortes e as obras viárias geralmente são destinadas pra justamente os automóveis, pra ampliar o espaço pro "rei automóvel", aí inclusive com incentivos fiscais por parte do Governo. Números conservadores de mortes decorrentes no trânsito de 40.000 e tem os milhares de feridos, destes 150.000 pelo menos com seqüelas irreversíveis. 

(REPÓRTER) Todos fizeram questão de ressaltar que não são contra que mais brasileiros comprem carros, apenas defendem que outras alternativas sejam criadas, melhorando a qualidade de vida de todos. A reunião foi presidida pelo senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que reconhece os transtornos provocados pelo grande número de automóveis nas cidades, mas lembra que uma mudança neste modelo não será algo fácil.

(PAULO PAIM) Deixa eu só pra deixar pra reflexão de todos, dar uma cutucada no bom sentido. Pra onde vai a indústria automobilística, que as cidades não comportam mais veículos e uma grande mola ainda do nosso país é a indústria dos automóveis? É algo que nós temos que refletir no futuro.

(REPÓRTER) A reunião também foi acompanhada por técnicos do Ministério das Cidades.
25/06/2012, 12h55 - ATUALIZADO EM 25/06/2012, 12h55
Duração de áudio: 02:28
Ao vivo
00:0000:00