Projeto estabelece número mínimo de mulheres em conselhos de estatais
LOC: O NÚMERO DE MULHERES NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS E DE ECONOMIA MISTA DEVE REPRESENTAR A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO, HOJE PRATICAMENTE EQUIPARADA À DOS HOMENS.
LOC: ESSE É O OBJETIVO DE PROJETO EM ANÁLISE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DO SENADO, QUE FOI DEBATIDO NESTA QUINTA-FEIRA. AS INFORMAÇÕES COM O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
TÉC: O projeto estabelece preenchimento gradual dos cargos até chegar a 2022 e atingir o percentual mínimo de 40%. Hoje, a média de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas públicas é de 5%. O quadro é o mesmo nas companhias privadas, de acordo com o pesquisador da Universidade de São Paulo Alexandre di Miceli, e não dá sinais de que vá mudar.
(Alexandre di Miceli) A questão mais importante não é apenas desse percentual ser baixo, mas principalmente de não termos observado quais quer avanços neste tema nos últimos dez anos. Então fizemos uma coleta recentemente de dados das empresas do Ibovespa, que são as empresas mais relevantes, olhando os conselhos de administração de 2001 a 2011, e o percentual se mostrou absolutamente o mesmo, da ordem de 6%.
(Repórter) A superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Heloísa Bedicks, destacou que apesar de defender a diversidade nos conselhos – de experiência, qualificação, gênero e mesmo de idade –, o instituto é contrário às cotas obrigatórias. Em seu lugar, recomenda a escolha de conselheiros baseada nos currículos e a avaliação periódica de desempenho.
(Heloísa) Eu como mulher, eu me sinto dividida. Por um lado, eu gosto muito de ver mulheres alcançando posições de destaques nas empresas. Agora, como superintendente do Instituto, eu tenho uma posição de que nós deveríamos ter outros processos. O processo de meritocracia é extremamente importante. O processo de avaliação do conselho como órgão e dos conselheiros.
(Repórter) A senadora Marta Suplicy, do PT de São Paulo, destacou a iniciativa da presidente Dilma Rousseff de nomear mulheres para cargos de decisão no governo federal. Ela lamentou, e foi complementada pelo senador João Vicente Claudino, do PTB do Piauí, que empresas não apostem nas mulheres.
(Marta Suplicy e João Vicente Claudino) É isso que nós queremos da sociedade civil, esse gesto de acreditar, de dar a oportunidade praquelas que quando tem um homem e uma mulher, se escolhe um homem. E muitas vezes ela tem um currículo maior que o do homem, melhor que o do homem, mas ela não é acreditada.
(João Vicente Claudino) No início eu falei isso, que a mulher para ser contratada, ela tem que mostrar que fez, o homem pode ser uma aposta
(Marta Suplicy) Que fala, que frase linda, eu vou até anotar.
(Repórter) O pesquisador da USP disse que a experiência internacional de adoção de cotas para mulheres na direção das empresas mostra que, quando não há penalidade, a adesão é baixa. Mas como o projeto trata de empresas públicas e de economia mista, deve vingar, e será um exemplo do Estado às empresas privadas.
LOC: ESSE É O OBJETIVO DE PROJETO EM ANÁLISE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DO SENADO, QUE FOI DEBATIDO NESTA QUINTA-FEIRA. AS INFORMAÇÕES COM O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
TÉC: O projeto estabelece preenchimento gradual dos cargos até chegar a 2022 e atingir o percentual mínimo de 40%. Hoje, a média de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas públicas é de 5%. O quadro é o mesmo nas companhias privadas, de acordo com o pesquisador da Universidade de São Paulo Alexandre di Miceli, e não dá sinais de que vá mudar.
(Alexandre di Miceli) A questão mais importante não é apenas desse percentual ser baixo, mas principalmente de não termos observado quais quer avanços neste tema nos últimos dez anos. Então fizemos uma coleta recentemente de dados das empresas do Ibovespa, que são as empresas mais relevantes, olhando os conselhos de administração de 2001 a 2011, e o percentual se mostrou absolutamente o mesmo, da ordem de 6%.
(Repórter) A superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Heloísa Bedicks, destacou que apesar de defender a diversidade nos conselhos – de experiência, qualificação, gênero e mesmo de idade –, o instituto é contrário às cotas obrigatórias. Em seu lugar, recomenda a escolha de conselheiros baseada nos currículos e a avaliação periódica de desempenho.
(Heloísa) Eu como mulher, eu me sinto dividida. Por um lado, eu gosto muito de ver mulheres alcançando posições de destaques nas empresas. Agora, como superintendente do Instituto, eu tenho uma posição de que nós deveríamos ter outros processos. O processo de meritocracia é extremamente importante. O processo de avaliação do conselho como órgão e dos conselheiros.
(Repórter) A senadora Marta Suplicy, do PT de São Paulo, destacou a iniciativa da presidente Dilma Rousseff de nomear mulheres para cargos de decisão no governo federal. Ela lamentou, e foi complementada pelo senador João Vicente Claudino, do PTB do Piauí, que empresas não apostem nas mulheres.
(Marta Suplicy e João Vicente Claudino) É isso que nós queremos da sociedade civil, esse gesto de acreditar, de dar a oportunidade praquelas que quando tem um homem e uma mulher, se escolhe um homem. E muitas vezes ela tem um currículo maior que o do homem, melhor que o do homem, mas ela não é acreditada.
(João Vicente Claudino) No início eu falei isso, que a mulher para ser contratada, ela tem que mostrar que fez, o homem pode ser uma aposta
(Marta Suplicy) Que fala, que frase linda, eu vou até anotar.
(Repórter) O pesquisador da USP disse que a experiência internacional de adoção de cotas para mulheres na direção das empresas mostra que, quando não há penalidade, a adesão é baixa. Mas como o projeto trata de empresas públicas e de economia mista, deve vingar, e será um exemplo do Estado às empresas privadas.