Representação brasileira discute perspectivas para a América Latina — Rádio Senado

Representação brasileira discute perspectivas para a América Latina

LOC: A REPRESENTAÇÃO BRASILEIRA NO PARLAMENTO DO MERCOSUL DEBATEU NA SEXTA-FEIRA OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A AMÉRICA LATINA.  

LOC: A AUDIÊNCIA FOI A PRIMEIRA DE UMA SÉRIE QUE VAI PREPARAR SENADORES E DEPUTADOS PARA O SEMINÁRIO QUE ACONTECE NO DIA 25 DE JUNHO. O REPÓRTER NILO BAIRROS ACOMPANHOU O DEBATE:  

(REPÓRTER) O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Lessa, advertiu que o Brasil não está livre dos reflexos negativos da crise das grandes economias. Mas o ex-presidente do BNDES acha que o país pode se proteger de duas formas: usando a energia limpa como motor de uma revolução tecnológica e renovando sua malha de transportes. Já o alto representante do MERCOSUL, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, lembrou que a crise financeira resulta em outras crises: a econômica, a social e a ambiental, e disse que os maiores prejudicados com a situação dos países ricos são os trabalhadores e as pequenas empresas. O presidente da delegação brasileira, senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, avaliou que, para compensar esse quadro crítico, o velho continente trabalha para enfraquecer a integração do MERCOSUL: 

(Roberto Requião) Quebrar a possibilidade de unidade do MERCOSUL, fazer acordos bilaterais, acordos que fragilizem a possibilidade de um trabalho comum de nossos países, notadamente Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina. 

(REPÓRTER) Requião disse ter esperança de que o MERCOSUL aprove ainda neste ano a entrada da Venezuela para fortalecer ainda mais o bloco comercial. Para o senador Inácio Arruda, do PC do B do Ceará, a resposta da América do Sul deve ser uma integração radical, inclusive geográfica, com ferrovias, hidrovias e rodovias cruzando a parte sul do continente. Inácio Arruda também cobrou a criação do Banco do Sul, que depende de aprovação no Congresso brasileiro: 

(Inácio Arruda) Ele é um importante instrumento de integração, é você vai disponibilizar os meios, os recursos, é dar garantia de que o dinheiro vai existir, pode acionar algo em torno de 12 a 16 bilhões de dólares com mais facilidade, com menos burocracia, para a gente fazer com que esses desenhos saiam efetivamente do papel. 

(REPÓRTER) A relação comercial com a China também foi destacada. É que a cada ano crescem as importações de produtos chineses, o que derruba o comércio entre os países do MERCOSUL. Por outro lado, como ressaltou Roberto Requião, as compras chinesas no Cone Sul equilibram a balança comercial desses países. Participou ainda da audiência pública o jornalista Maro Santaianna. O segundo dos três debates sobre os desafios e perspectivas do MERCOSUL acontece na próxima sexta-feira.
18/05/2012, 07h33 - ATUALIZADO EM 18/05/2012, 07h33
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