Comissão de Educação debate projeto do Ato Médico — Rádio Senado

Comissão de Educação debate projeto do Ato Médico

LOC: A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO DEBATEU NESTA QUARTA-FEIRA O PROJETO QUE DEFINE AS ATRIBUIÇÕES DOS MÉDICOS, O CHAMADO "ATO MÉDICO", QUE ESTÁ EM EXAME NO CONGRESSO HÁ MAIS DE DEZ ANOS. 

LOC: O PROJETO NASCEU NO SENADO, PASSOU PELA CÂMARA COM MODIFICAÇÕES E VOLTOU PARA ANÁLISE DOS SENADORES. MAS O TEXTO CONTINUA A CAUSAR POLÊMICA. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER NARA FERREIRA: 

De um lado, estão os médicos, que querem definir seu campo de atuação e reservar a alguns procedimentos, como diagnóstico e prescrição terapêutica. Do outro, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e biomédicos que vêm no texto uma ameaça ao desempenho de suas funções e a tentativa de imposição de uma hierarquia profissional. Humberto Verona, do Conselho Federal de Psicologia considera o projeto um retrocesso 

(HUMBERTO) tem essa intenção de submeter as outras profissões a uma escala hierárquica, o que está totalmente contra o trabalho multiprofissional que é o trabalho hoje produz com muita dificuldade a relação solidária, o compartilhamento das profissões ao fazer um diagnóstico, ao cuidar de uma pessoa. 

(REP) Silvio José Cecchi, presidente do Conselho Federal de Biomedicina, citou o exemplo da acupuntura: (Silvio) os primeiros profissionais que começaram a trabalhar com acupuntura foram biomédicos e fisioterapeutas...os médicos ridicularizavam quem mexia com acupuntura, diziam que era charlatanismo.. então tudo passou a ser interessante, os médicos passaram a fazer acupuntura, pronto, só medico pode fazer acupuntura. (REp) Salomão Rodrigues Filho, do Conselho Federal de Medicina, negou que o ato médico invada a competência de outros profissionais de saúde  

(SALOMÃO) hoje temos mais de 370 mil médicos no Brasil, os médicos brasileiros necessitam de uma lei que reconheça sua efetiva importância social, seu espaço profissional e, mais que isso, que de a sociedade brasileira a justa e precisa tranquilidade no bom relacionamento que deve existir entre as diversas profissões envolvidas na assistência à saúde.

(REP) O relator, senador Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, disse que vai buscar a valorização e o respeito a todos os profissionais 

(CASSIO) não podemos viver sem o médico, mas também não podemos viver sem o enfermeiro, sem o nutricionista, o psicólogo. 

(REP) O projeto terá que passar também pela Comissão de Assuntos Sociais antes de seguir para o Plenário. Se aprovado, vai para sanção presidencial.
25/04/2012, 01h45 - ATUALIZADO EM 25/04/2012, 01h45
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