CRE debate situação da Síria e do Irã em audiência pública — Rádio Senado

CRE debate situação da Síria e do Irã em audiência pública

LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL REALIZOU NESTA SEGUNDA-FEIRA AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O TEMA "MUNDO ÁRABE: SÍRIA E IRÃ". 

LOC: A REUNIÃO INTEGROU O CICLO DE DEBATES “TEMAS DA AGENDA INTERNACIONAL”. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI. 

TÉC: Durante a audiência, senadores e especialistas discutiram as causas e efeitos do levante contra o regime de Bashar Al-Assad na Síria, com protestos que já resultaram na morte de cerca de 8 mil cidadãos. O professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Márcio Scalercio lembrou que a maioria da oposição a Al-Assad é de muçulmanos sunitas, mas que a população do país é formada por diversos outros grupos. Isso, no seu entendimento, gera incertezas quanto à estabilidade do país, se de fato o regime atual for derrotado. 

(MARCIO SCALERCIO) As demais comunidades existentes no país temem que o resultado da situação que acontece na Síria hoje seja uma situação em que, dentro desses grupos religiosos assumam o controle do país e passem a oprimir as demais comunidades que desejam manter as suas especificidades, os seus costumes, os seus hábitos de sempre. (Celso) Com relação ao Irã, o debate foi em torno do anúncio do embargo da União Europeia ao petróleo do país asiático, a partir do segundo semestre. Para o pesquisador da Universidade de São Paulo Jorge Muniz Mortean essa medida abre possibilidades de cooperações entre o Brasil e o país asiático. Ele advertiu, porém, que a diplomacia brasileira deve ter uma posição mais firme com relação ao programa nuclear iraniano, especialmente quanto ao cumprimento da declaração de Teerã, assinada em 2010 pelos governos do Brasil, da Turquia e do Irã. (JORGE MUNIZ) O que foi proposto foi o envio do urânio a um desses países, o enriquecimento em usinas turcas ou brasileiras, e o retorno desse urânio ao Irã, e aí sim o Irã utilizaria como bem julgasse. Só que o avanço diplomático e político nesse sentido é quase nulo. 

(REPÓRTER) O senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo, ressaltou a importância de que a questão nuclear iraniana seja resolvida por meio da diplomacia, e não com uma eventual intervenção militar no país. 

(EDUARDO SUPLICY) É importante que haja um esforço diplomático e não a utilização da guerra, ainda mais com o risco de haver a utilização de armas nucleares, por exemplo entre o Irã e Israel, espalhando-se o terror, a destruição e a perda de vidas. 

(REPÓRTER) A audiência pública da Comissão de Relações Exteriores contou com a presença de diplomatas de diferentes países, entre eles os embaixadores de Irã, Iraque, Tunísia, Filipinas e Eslovênia.
20/03/2012, 08h46 - ATUALIZADO EM 20/03/2012, 08h46
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