Anúncio de contingenciamento repercute no Congresso — Rádio Senado

Anúncio de contingenciamento repercute no Congresso

LOC: SENADORES GOVERNISTAS DEFENDERAM, NESTA QUARTA-FEIRA, O CORTE DE CINQUENTA E CINCO BILHÕES DE REAIS NO ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, ANUNCIADO PELA EQUIPE ECONÔMICA.
 
LOC: JÁ A OPOSIÇÃO AVALIA QUE O AJUSTE FOI EXAGERADO. OS DETALHES NA REPORTAGEM DE HÉRICA CHRISTIAN. 

(Repórter) Após análise detalhada da execução de dois meses do Orçamento Geral da União aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro, a equipe econômica anunciou um corte de R$ 55 bilhões. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, 20,5 bilhões de reais se referem à redução das despesas obrigatórias e 35 bilhões a gastos dos Ministérios. O Ministério da Saúde perdeu 5,4 bilhões de reais; o da Defesa e o das Cidades, 3,3 bilhões; e o da Justiça, 2,2 bilhões. Guido Mantega afirmou que os ajustes foram necessários para que o Brasil alcance a meta de uma poupança para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superávit, de 140 bilhões. Ele explicou que o corte brasileiro é diferente do realizado pelos países ricos.

(Guido Mantega) Essa consolidação fiscal é diferente do ajuste fiscal que assistimos em vários países europeus, que estão fazendo aquele ajuste fiscal que corta tudo. Corta investimentos, programas sociais, retira direitos dos trabalhadores e no final resulta numa grande recessão. Não é isso que estamos fazendo no Brasil. REP: A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que os cortes não atingiram os programas sociais nem os investimentos em infraestrutura, que deverão aumentar neste ano. (Miriam) Os recursos do PAC, do Minha Casa, Minha Vida e dos programas sociais foram reservados.
 
(Repórter) Ao comentar o ajuste, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB de Roraima, avaliou que o corte foi necessário.
 
(Romero Jucá) É uma posição correta porque efetivamente o governo está preocupado com o controle fiscal. O governo não vai gastar antes de arrecadar. Portanto, tem que contingenciar mesmo para que a medida que o orçamento for acontecendo os gastos vão sendo liberados. 

(Repórter) Já o líder do PSDB, senador Alvaro Dias do Paraná, disse que o corte não surpreendeu, em especial o das emendas parlamentares, que bancam obras nos estados e municípios.

(Alvaro Dias) As emendas parlamentares sempre são alvo de cortes, em especial as da oposição. Seria melhor que o governo acabasse com as emendas parlamentares, que o Congresso acabasse porque a aplicação do dinheiro público não se dá de forma correta.
 
(Repórter) Em relação ao Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional, a equipe econômica reduziu a estimativa de arrecadação em quase 29,5 bilhões de reais.
 
15/02/2012, 05h36 - ATUALIZADO EM 15/02/2012, 05h36
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