Traficantes trocam carros por drogas e armas na Bolívia, diz procurador

LOC: A LEGALIZAÇÃO DE CARROS SEM PROCEDÊNCIA, PELO GOVERNO BOLIVIANO, FOI TEMA DE DEBATE NESTA QUINTA-FEIRA, NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL DO SENADO. LOC: PARA O PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO MATO GROSSO, A LEI BOLIVIANA OFICIALIZA A TROCA DE VEÍCULOS POR DROGAS. REPÓRTER NARA FERREIRA: (REPÓRTER): O procurador do Ministério Público do Mato Grosso, Paulo Roberto Prado, disse que 70 a 80 por cento da cocaína que entra no Brasil passam pela fronteira com a Bolívia. Segundo ele, é na troca de carros por armas e drogas na Bolívia que os traficantes conseguem abastecer o Brasil com a cocaína e seu derivado, o crack. Para o procurador, se não houver um diálogo sério dos governos brasileiro e boliviano para reverter essa política, não haverá como controlar o tráfico de drogas no Brasil. (PAULO ROBERTO): há muitos anos eles estão regularizando esses carros, o carro é trocado por arma, por cocaína, e agora é utilizado como carro de passeio ou veículos para atender aos interesses agrícolas daquele país, se não houver um diálogo diplomático, entre as grandes autoridades brasileiras, não vai ter polícia, não vai ter ministério público não vai ter ninguém que vai conseguir amanhã ou depois reduzir a criminalidade, a violência e a destruição do povo brasileiro pelo uso do craque e da cocaína. REPÓRTER): De acordo com o procurador, a quantidade de cocaína apreendida na fronteira não chega a cinco por cento da droga que passa pela fronteira, que em 2010 e até agora neste ano ultrapassou uma tonelada. O deputado estadual Emanuel Pinheiro entregou aos senadores um documento da Assembléia Legislativa de Mato Grosso pedido medidas urgentes para resolver o problema. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, disse que a comissão vai votar propostas e buscar uma solução rápida e eficaz para o que chamou de contrabando oficializado. (FERNANDO COLLOR): perseguindo soluções efetivas para que possamos dar uma resposta à sociedade e família brasileira hoje acometida por esse flagelo que significa a disseminação das drogas. REPÓRTER): Também participou da audiência o presidente da Associação das Famílias Vítimas da Violência, Heitor Heyes. Da Rádio Senado, Nara Ferreira.