Violência nas escolas é constante na vida dos educadores — Rádio Senado

Violência nas escolas é constante na vida dos educadores

LOC: A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS TEM APARECIDO MAIS POR CONTA DE CASOS EXTREMOS DE ATENTADOS E MORTE DE PROFESSORES, MAS É UMA CONSTANTE NA VIDA DOS EDUCADORES.

LOC: FOI O QUE AFIRMARAM NESTA SEGUNDA-FEIRA CONVIDADOS DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

(REPÓRTER): Um projeto em discussão no Senado prevê medidas de proteção para os casos de violência contra professores. A proposta pode se chamar Lei Carlos Mota, em homenagem ao professor do Centro de Ensino Fundamental do Lago Oeste, no Distrito Federal, que combatia o tráfico de drogas no ambiente escolar e foi assassinado em 2008. A viúva do professor Carlos Ramos Mota, Rita de Cássia Pereira, falou sobre a sua experiência e sobre outros casos recentes de violência contra professores no País.
(RITA DE CÁSSIA PEREIRA): Quem são as vítimas das tragédias que aconteceram no Rio de Janeiro, quem são as vítimas das tragédias da Estrutural, do Gama, quem são as vítimas das tragédias que acontecem no Brasil? Somos todos nós, são os nossos filhos. Negros, brancos, nós todos somos vítimas desse processo.
(REPÓRTER): Antonio Amâncio Vale, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, confirmou que a situação é crítica.
(ANTONIO AMÂNCIO VALE): Eu além de dirigente sindical, eu dou aula até hoje, e eu trabalho dentro de um presídio. O mais incrível, eu me sinto muito mais seguro lá dentro do que os colegas que trabalham aqui na rede pública. Porque lá tem um monte de policiais pra me proteger.
(REPÓRTER): Rodrigo Pereira de Paula, presidente do Sindicato dos Professores de escolas particulares do DF, fez questão de destacar que o problema da violência e das drogas não está restrito à rede pública, apenas escondido.
(RODRIGO PEREIRA DE PAULA): O problema da droga tá dentro da escola particular, o crack tá dentro da escola particular, o traficante tá na porta da escola particular, e o professor não tem autonomia sequer muitas vezes de cuidar, porque o poder econômico muitas vezes fala mais alto, a escola fica com medo de aparecer em páginas policiais.
(REPÓRTER): A proposta do senador Paulo Paim, do PT gaúcho, prevê que crime de morte contra professores será considerado hediondo. Paim disse que vai procurar o relator na CDH, Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, contrário à proposta, para tentar mudar seu voto.
(PAULO PAIM): Aqui está havendo uma discordância - legítima, né, porque a democracia é assim - com o senador Ricardo Ferraço. Nós vamos procurá-lo, mediante as medidas aqui de alterações, inclusive dando um nome pra Lei, Lei Carlos Mota, e a gente tem como, eu acho, que construir esse entendimento.
(REPÓRTER): Os professores relataram ainda que casos menos extremos de violência não chegam a conhecimento do público, apenas aquele que resultam em morte. Há ainda agressões e violência moral, que vão desde arranhar o carro no estacionamento até a difamação por meio de redes sociais.
17/10/2011, 00h50 - ATUALIZADO EM 17/10/2011, 00h50
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