Especialistas consideram positivo sistema de cotas em universidades — Rádio Senado

Especialistas consideram positivo sistema de cotas em universidades

LOC: O SISTEMA DE COTAS RACIAIS PARA ACESSO ÀS UNIVERSIDADES TEM SIDO CRITICADO POR CAUSA DE PRECONCEITO.

LOC: ESSA FOI UMA DAS CONCLUSÕES APRESENTADAS POR ESPECIALISTAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA NESTA SEGUNDA-FEIRA À TARDE. O REPÓRTER ROGÉRIO DY LA FUENTE TEM MAIS INFORMAÇÕES. 

Segundo o Ministério da Educação, 158 Universidades Brasileiras mantêm sistemas de cotas, sendo que oitenta e nove delas têm cotas para negros e afrodescendentes. Desde 2004 é discutida no Congresso Nacional a reforma da legislação do ensino superior, para estabelecer, entre outras coisas, a reserva de 50 por cento das vagas nas universidades federais para afrodescendentes, indígenas e candidatos que estudaram em escola pública. Em uma análise dos dez anos do sistema de cotas feita na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, o diretor-executivo da Fundação Educafro, Frei Davi, fez uma avaliação do principal ganho.
(FREI DAVI) "Inclusão nas universidades em geral. Negros e brancos abraçaram uma meta: inclusão. É bom saber que essas universidades todas que adotaram cotas fizeram isso por decisão pessoal, enquanto instituição, porque não havia e não há ainda uma lei determinando e obrigando a isso!"
(REPÓRTER) A secretária de Políticas Afirmativas, da Sepir, Anhamôna Silva de Brito, afirmou que é errado dizer que as universidades reservam mais vagas para negros. Segundo ela, levantamento feito pela Universidade de Brasília com a Sepir, Secretaria da Igualdade Racial, mostra que de 114 Instituições de ensino superior pesquisadas, 93 têm medidas afirmativas para beneficiar estudantes de escola pública, 67 para beneficiar estudantes indígenas e 48 para estudantes negros. Môna, como é mais conhecida, afirma que o preconceito é utilizado para combater as políticas afirmativas.
(MONA) "No Brasil, nenhum movimento social organizado deu contribuições tão positivas, apresentou tantas reivindicações e ao mesmo tempo, apresentou importantes saídas, apresentou importantes estratégias que visavam a combater justamente as desigualdades raciais na educação."
(REPÓRTER) O reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Souza Júnior disse que os dados de desempenho dos cotistas nos processos de seleção da UnB são tão bons quanto os dos não cotistas e afirmou que eles melhoraram outro indicador da instituição.
(JOSÉ GERALDO) "A evasão que aqui foi mencionada, que ocorre em toda universidade por várias razões, ou econômicas ou de desempenho propriamente dita, é menor entre os cotistas que entre os não cotistas."
(REPÓRTER) No Senado Federal, está na Comissão de Constituição e Justiça o projeto de lei que define cota para negros, pardos e índios nas universidades públicas. Ele prevê que o percentual seria proporcional à população de negros do estado onde está situada a universidade e a reserva estaria dentro de uma cota de metade de todas as vagas para alunos da rede pública de ensino.
19/09/2011, 07h08 - ATUALIZADO EM 19/09/2011, 07h08
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