Senadores criticam novo aumento da taxa básica de juros — Rádio Senado

Senadores criticam novo aumento da taxa básica de juros

LOC: SENADORES CRITICARAM O NOVO AUMENTO DA TAXA BÁSICA DE JUROS. SEGUNDO DECISÃO DO BANCO CENTRAL TOMADA NESTA QUARTA-FEIRA, A CHAMADA SELIC FOI PARA 12,5% AO ANO. LOC: O TEMOR É PELO AUMENTO DO DESEMPREGO E DOS GASTOS COM JUROS PELA POPULAÇÃO. O LÍDER DO GOVERNO JUSTIFICA QUE A PRIORIDADE É O CONTROLE DA INFLAÇÃO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. Pela quinta vez consecutiva, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros da economia, para 12 e meio por cento ao ano. A chamada Selic serve de parâmetro para a definição dos juros cobrados nos empréstimos bancários, financiamentos em geral, compras parceladas e taxas cobradas pelo uso do cheque especial e do cartão de crédito. A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central foi criticada por empresários, sindicalistas, e também por um grupo de parlamentares. O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, que é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, lamentou o fato de o Brasil ter os juros mais elevados do mundo. Descontada a inflação, a taxa real brasileira é de 6,77%, o segundo colocado é a Hungria com 2,4%. A taxa da China é de 0,22% ao ano e a dos Estados Unidos é negativa, em 3,2%. Armando Monteiro destacou que medidas adotadas pelo governo já provocam a queda da inflação. (Monteiro) Essa nova elevação me parece desnecessária até porque as pressões inflacionárias estão nos preços administrados e de serviços. Isso impõe um custo ao país porque penaliza a atividade produtiva e impõe ao governo uma elevação no custo da dívida pública. REP: O líder do governo, senador Romero Jucá, do PMDB de Rondônia, saiu em defesa da política monetária do governo, ao ressaltar que o objetivo final é impedir a disparada da inflação. (Jucá) A prioridade do governo é o combate à inflação. Temos tido uma geração grande de emprego. A prioridade agora é trazer a inflação para o centro da meta, é reduzir o impacto inflacionário que cria problema para a economia e para cada cidadão brasileiro. REP: O líder do PDT, Acyr Gurgacz, de Rondônia, teme o aumento do desemprego, já que o controle da inflação por meio da redução do consumo tem como efeito colateral a queda da produção. (Acyr) Essa é a grande preocupação. Estão querendo controlar o consumo, que deve cair. Mas o risco de reduzir o emprego é grande. Essa é uma preocupação grande do PDT. REP: O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, admite que a redução da geração de emprego é um risco. Mas reiterou que a medida do Banco Central é necessária para reduzir os impactos da crise econômica mundial. (Humberto) Infelizmente, é um preço que de alguma forma temos que pagar ao mesmo que tempo que há ameaças internacionais, o aumento do preço das comodities. Temos também a ameaça da crise cambial agravada pela crise nos Estados Unidos. REP: A meta de inflação definida pelo governo para este ano é de quatro e meio por cento, podendo chegar a seis e meio. Mas a equipe econômica já admite que a taxa poderá extrapolar o teto. O aumento nos preços é a justificativa usada pelo Banco Central para elevar os juros básicos da economia.
21/07/2011, 02h34 - ATUALIZADO EM 21/07/2011, 02h34
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